2012-10-30 16:55:19

Proposta da criação de Comissão China-Santa Sé


Roma (RV) – A recente proposta do Cardeal Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, de se criar uma Comissão de alto nível entre a China Popular e a Santa Sé para debater questões não resolvidas que interessam a vida dos católicos chineses representa “uma grande esperança para o futuro”: é a convicção expressa pelo Bispo de Hong Kong, Cardeal John Tong. O purpurado chinês, que esteve nas últimas quatro semanas em Roma como Presidente Delegado da Assembleia sinodal sobre a Nova Evangelização, disse à agência Fides que está rezando para que as autoridades chinesas – às vésperas de um crucial Congresso do Partido Comunista – acolham como “gesto de amizade” o alcance das considerações feitas pelo Prefeito do dicastério vaticano para a evangelização num artigo publicado na revista trimestral “Tripod”, da Diocese de Hong Kong.

No artigo, o Cardeal Filoni refletia sobre os acontecimentos do catolicismo chinês nos últimos cinco anos, isto é, desde a publicação da Carta escrita pelo Papa Bento XVI aos católicos da China em 2007, sugerindo entre outras coisas a busca de “um novo modo de dialogar” entre a Santa Sé e o governo de Pequim, citando a esse propósito as atuais Comissões bilaterais entre a China popular e Taiwan e aquela criada entre a Santa Sé e o Vietnã. Também para o Cardeal Tong “o diálogo é necessário, porque sem ele não se consegue resolver nenhum dos problemas ainda abertos, enquanto através do diálogo podem cair incompreensões e equívocos”.

O bispo de Hong Kong apresenta como exemplo os casos das ordenações episcopais ilegítimas impostas à Igreja que está na China: “a nossa preocupação por causa destes fatos” explica o cardeal à Fides, “nasce do fato de que estas ordenações ferem a Igreja num ponto essencial de sua própria natureza. Com o diálogo pode-se explicar que os bispos não são funcionários políticos de uma estrutura. Também para sacerdotes, antes de serem ordenados, precisam ter os requisitos necessários do ponto de vista doutrinal, moral, pastoral e humano. E isto vale muito mais na escolha dos bispos”.

Para o Cardeal Tong, o artigo do Prefeito do Dicastério vaticano destaca com força persuasiva os efeitos positivos que a liberdade de fé e de pertença à Igreja Católica podem projetar também na área da convivência civil: “existe uma potencial convergência”, destaca o purpurado “entre ser bom católico e ser um bom cidadão. As nossas milenares tradições alicerçadas sobre o pensamento confuciano levam as pessoas a corrigirem-se a si mesmas para viverem em harmonia e no respeito da própria família, da sociedade e do mundo inteiro. Pois bem, o seguimento de Jesus produz estes efeitos, libertando-nos do egoísmo e do materialismo e nos levando a amar o próximo. Também o governo poderia reconhecer e apreciar isso: se à Igreja é dada a liberdade para que seus fiéis cresçam, assim eles podem ser realmente bons cidadãos e a sociedade ganha com isso”, finaliza o Cardeal Tong. (SP)








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