Manaus (RV) - “Tráfico de Pessoas – desperte para esta realidade”: este foi
o tema de um Seminário organizado na semana passada pela Rede Um Grito Pela Vida Regional
Amazonas e Roraima.
O Seminário foi realizado no auditório da Universidade
Estadual do Amazonas e teve a presença de mais de 160 participantes, entre membros
da Igreja e autoridades civis e políticas.
O tema do seminário “Tráfico de
Pessoas”, motivou o grupo a tecer um olhar sobre a triste realidade que viola os direitos
humanos e teve como objetivo sensibilizar e compartilhar informações sobre o tráfico
de pessoas; capacitar multiplicadoras para ações de prevenção e assistência; e intensificar
a luta por políticas de enfrentamento ao tráfico humano na região amazônica.
O
Bispo Auxiliar de Manaus, Dom Mario da Silva, ao fazer a abertura do evento, afirmou
que o tráfico de pessoas é uma moderna forma de escravidão, que abrange muitas pessoas
no mundo todo e disse que “é impossível ficar indiferente diante desse problema que
vitima muitas pessoas.”
Ir. Paulina Pavéz Lagos, Coordenadora Regional da
CRB – AM/RR, afirmou que a família é a primeira vítima em relação ao tráfico, porque
estão excluídas das necessidades básicas: comida, trabalho, educação, saúde, moradia,
lembrou o texto do bom samaritano, que estava a caminho, mas deixou-se sensibilizar
pela necessidade do ferido, da pessoa que estava vulnerável e restabeleceu sua dignidade.
“É
necessário unir forças e acreditar na vida e na felicidade, mas para isso é preciso
abrir nossos olhos, ouvidos e boca e gritar e investir nesta ação. Vamos fortalecer
essa rede, somar, comprometer-se. O apelo está lançado. Sejamos livres e façamos opção
pela liberdade.”
Também o Superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Sérgio
Lúcio Mar dos Santos Fontes, deu sua contribuição ao tema, afirmando que a Polícia
Federal se apresenta como órgão oficial de investigação de casos de tráfico de pessoas,
por se tratar de crimes internacionais (e interestaduais).
“Os países possuem
as suas fronteiras abertas, porém, como são na sua grande maioria extensas, permitem
o tráfico de pessoas, armas, drogas, produtos e outros contrabandos. A Polícia Federal
tem grande dificuldade de controlar o tráfico, principalmente humano, por ser a terceira
economia mundial ilícita.”
Por sua vez, a Professora Iranildes Caldas afirmou
que o Brasil é o maior exportador de mulheres das Américas. Envolvidas pela fala macia
dos aliciadores, que lhes fazem falsas promessas de melhoria de vida, casamento no
exterior e escalada econômica rápida, meninas e mulheres embarcam numa viagem de terror.
Todos os anos, cerca de 60 mil brasileiras são vitimas do tráfico de pessoa (segundo
dados do Ministério da Justiça de 2007). Ao todo, o mercado movimenta cerca de 2,5
milhões de pessoas e mais de US$ 32 bilhões (50 bilhões de reais). Só perde para o
comércio de drogas como crime organizado.
A Professora lançou no Seminário
o livro “Tráfico de Mulheres na Amazônia”.