Num mundo amado por Deus - Octava Dies - Editorial de P. Lombardi
Vencer o medo
com a fé e olhar o mundo com serena coragem, porque - se bem que cheio de contradições
e de desafios - este mundo continua a ser sempre o mundo que Deus ama". A reflexão
da Igreja sobre uma nova evangelização nasceu, certamente, devido a um distanciamento
da fé e das dificuldades do seu anúncio em várias partes do mundo de hoje, mas a Mensagem
com que a Assembleia Sinodal se dirige à Igreja não é, com certeza, uma palavra desconfiada;
é acima de tudo uma palavra de empenho e de esperança fundada na Fé em Deus, na presença
de Cristo ressuscitado e na potência do Seu Espírito. Nada de pessimismo: globalização,
secularização e novos cenários da sociedade, migrações, devem ser oportunidades de
evangelização.
A multiplicidade vastíssima dos argumentos tocados pelos membros
do Sínodo vem relacionada com uma unidade interior coerente, que define uma Igreja
renovada, em todas as regiões do mundo, em todas as suas partes e componentes - famílias,
paróquias, clero e laicado ...-, na consciência da sua missão. Uma Igreja sempre em
diálogo com o mundo e os seus problemas, na cultura, na ciência, na educação, na arte;
na caridade ativa; mas também nos campos da economia, do trabalho e da política para
o serviço do bem comum. Em especial, uma Igreja em diálogo construtivo com os crentes
das outras religiões, é uma Igreja que não seria a mesma se não continuasse fielmente
a procurar na contemplação e na oração o rosto de Deus, e não soubesse reconhecer
esse rosto nos pobres que estão sempre connosco.
Os bispos e os outros membros
do Sínodo voltam agora aos lugares habituais do seu serviço. Deixam ao Papa - que
acompanhou fielmente todos os trabalhos - um rico contributo para aprofundar. Mas,
deixam-no também a toda a Igreja, que neste Ano da Fé sente-se agora mais animada
a procurar os caminhos, os lugares e os modos de partilhar com todos o dom da fé:
o dom mais bonito e precioso que existe.