Bento XVI: “A linguagem da arte é uma linguagem parabólica”
Cidade do Vaticano (RV) - “Arte e fede. Via Pulchritudinis”. É o título do
filme-documentário que foi projetado na tarde desta quinta-feira, na Sala Paulo VI,
no Vaticano, na presença do Papa Bento XVI, por ocasião das celebrações do Ano da
fé e dos 500 anos da Capela Sistina. O filme, uma produção em várias línguas das Edições
Museus Vaticanos, foi realizada pela televisão polonesa TBA, pelo Governatorato do
Estado da Cidade do Vaticano, Direção dos Museus Vaticanos, e a partir do próximo
mês de novembro será distribuído em nível mundial. Presentes na projeção do filme
os padres sinodais.
No seu discurso na conclusão do filme-documentário o Santo
Padre destacou a relação entre arte e evangelização, “um binômio que acompanha a Igreja
e a Santa Sé há dois mil anos, um binômio que ainda hoje devemos valorizar mais ainda
na tarefa de levar aos homens e às mulheres do nosso tempo o anúncio do Evangelho,
do Deus que é Beleza e Amor infinito”.
“A linguagem da arte é uma linguagem
parabólica” – disse ainda Bento XVI - dotada de uma especial abertura universal, e
a ‘via Pulchritudinis’ - caminho da beleza – “é um caminho capaz de guiar a mente
e o coração rumo ao Eterno, de elevá-los até às alturas de Deus”.
Definindo
o filme “uma contribuição específica e qualificada dos Museus Vaticanos ao Ano da
Fé”, o Papa afirmou que o patrimônio artístico da Cidade do Vaticano constitui uma
espécie de grande parábola através da qual o Papa fala aos homens e mulheres de todas
as partes do mundo, e, portanto, de culturas e religiões diferentes, pessoas que talvez
jamais lerão um seu discurso ou uma sua homilia. Para muitas pessoas, de fato, a visita
aos Museus Vaticanos “representa, em sua viagem a Roma, o contato maior, às vezes
único, com a Santa Sé” e é, portanto, “uma ocasião privilegiada para conhecer a mensagem
cristã”.
Bento XVI em seguida afirmou que apreciou muito o fato de que no filme-documentário
se faça repetidamente referência ao compromisso dos Pontífices Romanos pela conservação
e valorização do patrimônio artístico; e também, na época atual, por um renovado diálogo
da Igreja com os artistas.
“A Coleção de Arte Religiosa Moderna dos Museus
Vaticanos é a demonstração viva da fecundidade deste diálogo”, destacou o Papa: “Mas
não só ela, todo o grande conjunto dos Museus Vaticanos possui também esta dimensão
que poderíamos chamar evangelizador. Bento XVI, ainda, prestou homenagem, em particular,
à grande sensibilidade pelo diálogo, entre a arte e fé, do seu amado predecessor o
bem-aventurado João Paulo II: “o trabalho que a Polônia tem nesta produção testemunha
seus méritos neste setor”, acrescentou dirigindo-se à delegação polonesa presente.
(SP)