Liberdade religiosa: questão crucial para o respeito à dignidade humana. Ouça!
Cidade do Vaticano
(RV) – A liberdade religiosa mais de uma vez esteve no centro da atenção dos participantes
do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização.
Para o Arcebispo de São Paulo,
Card. Odilo Scherer, um dos padres sinodais, esta questão é sempre crucial: por ela
passa o respeito à dignidade da pessoa humana. Sobre a relação entre Nova Evangelização
e liberdade religiosa, eis o que disse o Card. Odilo, entrevistado por Silvonei José:
Nós
temos situações em que o Cristianismo, a Igreja Católica mesma, está sendo confrontada
com restrições à liberdade religiosa – o que é um direito humano fundamental. Aliás,
as maiores perseguições religiosas hoje novamente estão voltadas contra os cristãos
e, sobretudo, contra os católicos. E isso não só em países de maioria muçulmana, mas
até em países ocidentais, países ditos democráticos, mas onde se reprime a liberdade
religiosa de alguma forma. O Sínodo tem se manifestado sobre isso, vários padre sinodais
manifestaram essa dificuldade. Existe o fato de em alguns países não haver a liberdade
de consciência, a pessoa não é livre de ter uma sua opção de consciência. Por outro
lado, existe um fato muito grave, em que a legislação nacional assume legislações
religiosas muito restritivas, por exemplo, em algum país tem a lei contra a blasfêmia.
Mas ‘o que vem a ser a blasfêmia?’, é o que se pergunta. Justamente às vezes são coisas
que muito facilmente podem ser interpretadas como blasfêmia, e portanto restringem
enormemente a liberdade de expressão, liberdade de pessoas que eventualmente não compartilham
aquela religião. A questão da liberdade religiosa é sempre crucial, porque por ela
passa o respeito à dignidade da pessoa humana. Vários são os direitos que precisam
ser respeitados, mas o direito à liberdade de consciência, liberdade de religião é
um dos fundamentais direitos porque ele afeta diretamente a dignidade da pessoa, sua
consciência, seu ser e sua autodeterminação interior a partir de uma opção de consciência.
Por isso, o Papa várias vezes no seu magistério tem se referido a isso como sendo
um direito delicado, mas muito importante que deve ser levado em conta pelas nações.