Monumento em homenagem ao Holocausto Cigano inaugurado em Berlim
Berlim (RV) - Inaugurado nesta quarta-feira em Berlim, Alemanha, um monumento
em recordação às vítimas do Holocausto Rom e Sinti. A cerimônia contou com a presença
de alguns sobreviventes e da Chanceler alemã, Ângela Merkel, que sublinhou “a importância
de cultivar a cultura da memória”. O evento representa uma oportunidade de reflexão
sobre este aspecto particular da perseguição nazista.
Os Sinti, assim como
os Rom, são etnias da população romani, também conhecidos como ciganos, expressão
que hoje possui uma conotação depreciativa. Foram perseguidos pelo nazismo não por
questão de raça, mas por viverem à margem da sociedade.
O docente de História
Contemporânea da Universidade de Turim, Prof. Brunello Mantelli, detalhou à Rádio
Vaticano sobre os motivos que motivaram esta perseguição: "Originalmente, antes do
nazismo, existia em toda a Europa uma hostilidade para com os Rom e Sinti devido a
sua marginalidade social. No caso do Terceiro Reich, é conferida a esta marginalidade
social um caráter racial. Este processo de racialização é aplicado também para opositores
políticos e homossexuais. Se são diferentes é porque são impuros. Este é o princípio."
Não
existe um número preciso sobre o número de Rom e Sinti exterminados, pois como era
um povo nômade, estava em constante deslocamento e muitas vezes não possuíam documentos
ou algum tipo de registro. Algumas estimativas indicam 200 mil mortos.
O Prof.
Mantelli destaca ainda que os Sinti e Rom perseguidos eram provenientes praticamente
de todos os países ocupados, mas especialmente da Europa Centro-oriental e da região
dos Bálcãs. O Campo de Concentração que recebeu o maior número destes prisioneiros
foi de Auschwitz-Birkenau. A Itália facista também perseguiu e deportou a população
Sinti e Rom. (JE)