Audiência Geral: Papa propõe a fé como antídoto contra o deserto espiritual que nos
circunda
Cidade do Vaticano
(RV) – Milhares de fiéis e peregrinos compareceram esta quarta-feira na Praça
S. Pedro para a Audiência Geral com o Santo Padre.
Em sua catequese, neste
Ano da Fé, Bento XVI falou sobre o sentido da fé cristã neste nosso tempo, partindo
de algumas perguntas: A fé ainda faz sentido num mundo em que ciência e técnica abriram
horizontes até pouco tempo atrás imprensáveis? Que significa crer hoje?
Para
o Papa, no nosso tempo, é necessária uma renovada educação à fé, que nasça de um verdadeiro
encontro com Deus em Jesus Cristo. Hoje, afirma o Pontífice, cresce ao nosso redor
um deserto espiritual.
A sensação, muitas vezes, é que o mundo não caminha
em direção à construção de uma comunidade mais fraterna e mais pacífica. Não obstante
a grandeza das descobertas científicas, parece que o homem não se tornou mais livre,
mais humano. De outro lado, porém, cresce também o número dos que se sentem desorientados.
“Necessitamos não somente do pão material, mas também de amor, de significado e de
esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido. É justamente isso que a
fé nos doa: um entregar-se confiante a Deus, que dá uma certeza diferente, não menos
sólida daquela que vem da ciência.”
A fé, continuou o Papa, não é um simples
assenso intelectual do homem, é um ato com o qual me entrego livremente a um Deus
que é Pai e me ama. A fé é dom de Deus, um dom sobrenatural, que requer, da nossa
parte, a adesão de mente e de coração, como fez Maria. Este “sim” transforma a vida,
nos abre o caminho rumo à plenitude de significado, a torna nova, rica de alegria
e de esperança
Após a catequese em italiano, o Papa fez um resumo da mesma
em várias línguas, entre as quais o português:
O nosso tempo exige cristãos
fascinados por Cristo, que não se cansem de crescer na fé, por meio da familiaridade
com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. A fé não é apenas conhecimento e adesão
a algumas verdades divinas; mas também um ato da vontade, pelo qual me entrego livremente
a Deus, que é Pai e me ama. Crer é confiar-se, com toda a liberdade e com alegria,
ao desígnio providencial de Deus sobre a história, como fez Maria de Nazaré. Nós podemos
crer em Deus, porque Ele vem ao nosso encontro e nos toca. Na base do nosso caminho
de fé, está o Baptismo, pelo qual nos tornamos filhos de Deus em Cristo e marca a
entrada na comunidade de fé, na Igreja. Não se crê sozinho, mas juntamente com os
nossos irmãos. Depois do Baptismo, cada cristão é chamado a viver e assumir a profissão
da fé, juntamente com seus irmãos. Concluindo, a fé é um assentimento, pelo qual a
nossa mente e o nosso coração dizem «sim» a Deus, confessando que Jesus é o Senhor.
E este «sim» transforma a vida, tornando-a rica de significado e esperança segura.
Uma
cordial saudação para todos os peregrinos de língua portuguesa, com menção particular
dos grupos de diversas paróquias e cidades do Brasil, que aqui vieram movidos pelo
desejo de afirmar e consolidar a sua fé e adesão a Cristo: o Senhor vos encha de alegria
e o seu Espírito ilumine as decisões da vossa vida para realizardes fielmente o projeto
de Deus a vosso respeito. Acompanha-vos a minha oração e a minha Bênção. (BF)