Ato em Brasília denuncia genocídio indígena enquanto continente festeja primeira santa
ameríndia
Brasília (RV) – O Papa Bento XVI canonizou este domingo, 21, Kateri Tekakwitha,
a primeira santa ameríndia.
Na cerimônia de canonização, de Kateri o Papa ressaltou
a firmeza na sua vocação tão particular na sua cultura e confiou a ela a renovação
da fé entre os povos autóctones. “Que Deus abençoe os povos nativos!”, disse o Pontífice
em sua homilia.
Dias antes das palavras do Pontífice, a Esplanada dos Ministérios,
em Brasília, amanheceu com cinco mil cruzes plantadas no coração do poder.
“Cinco
mil vidas indígenas ceifadas, simbolizando o genocídio em curso e as décadas e séculos
de decretos de extermínio e mortes planejadas. Cenário tétrico, que deveria comover
os responsáveis pelos três poderes, em última instância pelo silencioso e continuado
genocídio do povo Kaiowá Guarani do Mato Grosso do Sul”, lê-se no site do Conselho
Indigenista Missionário (CIMI), um dos articuladores da ação, com Conselho Federal
de Psicologia, a Justiça Global e a Plataforma de Direitos Humanos, Sociais, Culturais
e Ambientais (DHESCA).
Ações e denúncias estão sendo feitas na Organização
dos Estados Americanos (OEA) e Organização das Nações Unidas (ONU). “Por isso, só
com uma aliança ampla com a sociedade e a intensa mobilização dos povos indígenas
poderá se dar um exitoso enfrentamento com os interessas anti-indígenas”, afirma ainda
o portal.
Entre os participantes do ato, estava Dom Enemésio Lazzaris, Presidente
da Comissão Pastoral da Terra.