Apelo do Sínodo: Cristãos manifestem a esperança num mundo em crise
Cidade do Vaticano (RV) - Manifestar a esperança num mundo em crise: este objetivo
da nova evangelização foi lembrado, nesta sexta-feira, pelo Sínodo dos Bispos, em
andamento no Vaticano. Os relatos dos círculos menores apresentam algumas propostas
concretas para os documentos finais da assembleia.
Os pequenos grupos seguiram
métodos diferentes, mas todos voltados para o mesmo resultado: levar a esperança a
um mundo em crise, a uma modernidade em que há, ao mesmo tempo, a ausência e anseio
por Deus.
Segundo os bispos, a Igreja deve focar primeiramente o exame de
consciência. "Se falamos de nova evangelização talvez seja porque os cristãos perderam
alguma coisa, algo que a Igreja não soube oferecer. Por outro lado, para evangelizar
é preciso ser evangelizados" – destaca o Sínodo.
Outro tema importante abordado
foi o diálogo ecumênico e inter-religioso. O primeiro torna crível o anúncio do Evangelho,
o segundo se baseado no conhecimento profundo da Bíblia e nos testemunhos de vida,
ajuda na difusão da Palavra de Deus até mesmo nos países de maioria muçulmana.
A
profunda crise da família foi também debatida pelos padres sinodais. A família deve
ser ajudada apoiando os pais como primeiros catequistas de seus filhos e reiterando
a importância do Sacramento do Matrimônio. Os cristãos políticos foi também outro
ponto abordado pelos bispos. "Coerentes com a fé, eles devem ser guiados pela reta
consciência e por valores não negociáveis. Neste contexto, foi feito o convite de
relançar as obras de justiça social e caridade, segundo a Doutrina Social da Igreja,
para que a opção pelos pobres torne crível o anúncio do Evangelho e crie verdadeiros
oásis de encontro com Deus".
Alguns grupos menores pediram para que o Sínodo
reflita mais sobre a questão dos migrantes, da globalização e secularismo, que seja
esclarecido o papel dos carismas e as oportunidades que eles oferecem à Igreja. Pediram
também para que os jovens sejam mais ouvidos e valorizados os professores e centros
educacionais como instrumentos de evangelização.
Enfim, o Secretário-Geral
do Sínodo, Dom Nikola Eterović, anunciou que foi aberto uma conta corrente no Banco
do Vaticano (IOR) para que os padres sinodais depositem suas ofertas de solidariedade
em favor da Síria. Essa contribuição junto com a da Santa Sé será levada a Damasco
nos próximos dias pela delegação de bispos formada pelo Papa. (MJ)