Tóquio (RV)
- Amigos e amigas que ouvem o Programa Brasileiro, saúdo-os com a esperança de que
se encontrem bem.
Portar leques é comum entre homens e mulheres no Japão. Além
de ser útil para refrescar o rosto em dias de calor, ele é utilizado para decorar
quimonos, louça, armas, móveis entre outros objetos. Contudo o leque é rico em simbolismos;
em língua japonesa se chama “suehiro” cujo significado literal é “aberto até o fim”.
O
primeiro símbolo surge do significado da palavra leque, ”aberto até o fim”, sugerindo
a imagem de expansão, de irradiação para um futuro próspero. Transforma-se assim em
símbolo de boa sorte.
O leque está presente na vida dos japoneses desde o nascimento,
passando pelas etapas e mudanças importantes como o casamento, até o funeral.
Depois
de um mês do nascimento de uma criança, é costume fazer uma visita a um santuário,
quase sempre xintoísta. Os pais trazem um leque com decoração apropriada para a ocasião,
solicitando aos deuses que concedam um crescimento saudável ao bebê.
O mesmo
tipo de leque estará presente nas visitas ao santuário nas comemorações do terceiro,
quinto e sétimo aniversários, conhecidos por “hichigosan”.
Em alguns lugares,
como em Kyoto, quando a criança atinge os 13 anos, volta ao santuário para fazer a
troca do leque infantil, ganhando um bem maior, confeccionado por adultos e com estampas
mais sérias.
Quando um casal percebe que foi arrebatado pela paixão e sente
que é a hora de selar um compromisso sério, costuma-se fazer a troca de seus leques.
Esse ato simboliza uma jura de amor, correspondente ao noivado no ocidente.
No
dia do casamento, a noiva se apresenta aos convidados, ostentando um leque dourado
de um lado e prateado do outro, enquanto o noivo traz consigo um leque branco.
Os
leques sempre os acompanharão até o fim da vida, quando serão colocados junto aos
seus restos mortais. Para todos chega a hora de fechar o leque da vida para recolher
as boas obras.
Missionário Pe. Olmes Milani CS.
Do Japão para a Rádio Vaticano