Cidade do
Vaticano (RV) - A liturgia de hoje nos questiona sobre a autêntica sabedoria,
aquela que leva a uma felicidade sem limites, a uma total realização, em todos os
âmbitos da vida. Os bens que almejamos nos trazem dependência e não nos dão segurança.
Ao contrário, nos brutalizam, tornando-nos gananciosos e opressores. O autor da primeira
leitura preferiu a Sabedoria ao poder , à riqueza, à beleza , à saúde, “pois o esplendor
que dela irradia não se apaga”. Em seguida diz que todos bens vieram com ela.
A
sabedoria está em discernir, em saber escolher aquilo que é duradouro, que não perece
e nos sacia plenamente. No Evangelho vemos um homem rico em bens deste mundo, mas
desejoso dos bens eternos. Ele busca Jesus e lhe pergunta o que fazer para ganhar
a vida eterna. Jesus lhe responde dizendo que a vida eterna está no relacionamento
fraterno: entre outras coisas, não matarás, não cometerás adultério, não roubarás.
O homem se mostra um justo, pois nada transgrediu desde a juventude. Contudo, ainda
não chegou à perfeição.
Jesus, então, fez a proposta libertadora, após lhe
dirigir um olhar amoroso: Só uma coisa te falta. Vai, vende tudo o que tens e dá aos
pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me! ” Não basta não ter feito
mal, é preciso ser misericordioso! Por isso o Mestre acrescenta para seus discípulos
a dificuldade de um rico entrar no céu. É necessário que ele se deixe tocar pela graça
de Deus e dê à sua riqueza um sentido social, fraterno. Quem fizer isso participará
da nova sociedade, a dos filhos de Deus.
A 2ª leitura nos fala da força da
Palavra de Deus, da sua capacidade de realizar em nós o que o Espírito nos fizer pedir
ao Pai. Quando o Papa canoniza homens e mulheres, canoniza pessoas que foram sábias
aos olhos de Deus, fazendo opção por aquilo que é eterno. Abriram mão de riqueza,
juventude, saúde, de tudo que era lícito e louvável aos olhos do mundo e também da
religião, para se colocarem mais próximos a Jesus, para se tornarem cidadãos do céu.
Foram
livres em partilhar não apenas bens materiais, mas suas vidas. Por isso estão
eternizados, recordados sempre como amigos de Deus e de seu Filho Jesus Cristo, e
vivendo plenamente a felicidade. São homens literalmente realizados! Que o exemplo
dos santos revigore também em nós o desejo de alcançar a santidade, testemunhando
no dia-a-dia o amor a Deus e aos irmãos. (CAS)