2012-10-11 11:21:39

O Cristianismo, um verdadeiro humanismo: o Primaz Anglicano, Rowan Williams, no Sínodo. Entrevista


"O Cristianismo é verdadeiro humanismo", assim se exprimiu o primaz da Comunhão Anglicana, o arcebispo de Cantuária, Rowan Douglas Williams, ontem à noite no Sínodo sobre a nova evangelização que decorre no Vaticano. Na presença do Papa, o arcebispo de Cantuária recordou a importância do ecumenismo, pondo em evidência como as divisões tornam os cristãos menos convincentes. O Arcebispo Williams também enfatizou que a verdadeira evangelização inclui sempre a alegria na comunhão, para tornar atraente o evangelho ao homem moderno. Finalmente, o primaz anglicano definiu o Concílio Vaticano II como "o sinal de uma Igreja suficientemente forte" para se questionar sobre a adequação das próprias estruturas para a complexidade dos tempos modernos. Em seguida o arcebispo de Cantuária teve um colóquio pessoal com o Santo Padre em instalações anexas à Aula sinodal. Mas sobre a importância do Concílio Vaticano II, para o mundo anglicano, o Arcebispo Williams fez os seguintes depoimentos no microfone de Philippa Hitchen, nossa colega da redacção inglesa:

R. – It was enormously important...
Foi extremamente importante. Eu era um adolescente, quando começou o Concílio: Era um anglicano praticante, e aquilo que para mim foi bastante incomum - fascinante e um pouco estranho, mas que certamente abriu algo para todos - eu acho que foi o efeito que este evento teve sobre mim e sobre os outros. Podíamos ver as suas dinâmicas. Em vez de vermos uma instituição fechada em si mesma, víamos uma transparência na Igreja Católica Romana que, naturalmente, sendo profundamente ligada ao Papa João XXIII, que foi um presente para todos os cristãos, tornou-se algo a conservar profundamente. E por causa do Concílio Vaticano II, eu acho que outras igrejas começaram a repensar algumas das suas maneiras de fazer as coisas, por causa das reformas litúrgicas. Portanto, foi extremamente importante para todos.

D. – Foi também um momento de forte impulso para o ecumenismo. Mas depois, com o passar do tempo, voltaram algumas dificuldades. É um pouco decepcionado?

R. – Sometimes, of course, yes I feel…
Por vezes sim, sinto certo desapontamento. Mas, por outro lado, se olho para trás para os anos sessenta, me lembro que então nós pensávamos que fosse tudo possível, dentro da Igreja, na política, nas relações internacionais, e havia pressa e uma certa ingenuidade sobre tudo isto. Mas também se deve dizer que, nos anos cinquenta, quando eu era criança, seria impensável rezar com os católicos romanos, como fazemos hoje, e isto é certamente algo de que se orgulhar. Portanto, o fato de termos chegado a entender que, de alguma forma, nos pertencemos, é irreversível. Agora, naturalmente, seria maravilhoso se pudéssemos fazer passos maiores em direcção a algo mais concreto ...

D. – O ecumenismo è ainda uma prioridade para a Igreja da Inglaterra hoje, com assim tantos outros problemas internos, aparentemente mais urgentes?

R. – If we’re interested about unity...
Se estamos interessados na unidade da Igreja? Certamente que sim. A questão real é o que significa ser Igreja de Deus Esta é a pergunta que nos fazemos dentro da família anglicana e esta é a pergunta que nos devemos fazer nas outras denominações.








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