Fome no mundo diminui mas permanece inaceitável; Brasil avança.
Roma
(RV) - O novo relatório sobre a fome no mundo foi apresentado na manhã desta terça-feira,
em Roma. Número de pessoas famintas caiu, mas continua inaceitável, destaca Graziano
da Silva.
São 870 milhões as pessoas que passam fome no mundo. A maioria destas
pessoas está nos países em desenvolvimento, cerca de 852 milhões, que representam
15% da população destes países.
A Ásia lidera a redução da fome. Nos últimos
dez anos, 200 milhões de pessoas deixaram de ser ameaçadas pela insegurança alimentar.
A China, em termos absolutos, reduziu em 100 milhões o número de famintos.
Na
América Latina, o número de pessoas famintas caiu 25% nos últimos doze anos. Peru
e Nicarágua, respectivamente, conseguiram neste período, reduzir a fome em 54% e 49%.
“Merece destaque também para o Brasil que reduziu em 40% o número de pessoas
com fome entre 1990 e 2012”, diz o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva.
Na
África, enquanto alguns países apresentam avanços, outros ainda estão estagnados,
como revela Graziano da Silva.
“Infelizmente, nas regiões da África Subsaariana
e no Chifre da África vimos um aumento do número de pssoas com fome. É uma região
em que temos enfrentado todos os tipos de problemas como secas, inundações, conflitos
e vai na contramão da tendência geral da redução da (fome). Mas mesmo na África temos
boas notícias: Gana, por exemplo, reduziu a fome em 87%, Mali, antes do conflito,
tinha uma redução de 44% e Camarões de 35%. Isso mostra que mesmo em situações adversas,
quando há políticas para promover o desenvolvimento agrícola, principalmente dos pequenos
agricultores, como foi feito em Gana, elas dão resultados imediatos no número de famintos”
Por
fim, Graziano lembra a necessidade de continuar o trabalho conjunto entre as três
agências da ONU em Roma, nomeadamente a FAO, o PMA e o FIDA.
“Um lugar exemplar
do trabalho conjunto da FAO e do PMA é a Somália onde em 8 meses conseguimos tirar
o país da situacao do grau de fome generalizada, com medidas de apoio à pequena produção,
com um programa de pagamento para o trabalho, que resultaram em reparação de pequenas
rodovias, de canais de irrigação e de recuperação de areas de pastagem. Esse trabalho
integrado foi considerado modelo para outras áreas como, por exemplo, o Sahel, onde
também estamos trabalhando juntos.”