Iniciado no Vaticano o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização para a transmissão
da fé cristã
Tiveram início nesta segunda de manhã, no Vaticano, os trabalhos da 13ª assembleia
geral ordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada ao tema ‘A nova evangelização para
a transmissão da fé cristã’, com a maior presença de participantes na história destes
eventos: 262 cardeais, arcebispos e bispos, maioritariamente designados pelas conferências
episcopais (172), a que se juntam peritos e outros convidados, incluindo representantes
de outras 15 Igrejas cristãs, entre os quais Rowan Williams, arcebispo da Cantuária
e primaz da Igreja Anglicana. Esta manhã, a abrir o primeiro encontro (“congregação
geral”), os Padres sinodais cantaram a Hora (litúrgica) de Tércia, tendo o Santo Padre
feito uma intervenção, improvisada, comentando o sentido das palavras “evangelho”
e “evangelizar” e o respetivo hino. “Evangelho quer dizer – Deus rompeu o seu silêncio,
Deus falou, Deus fala. È o Deus conosco. È esta a salvação. Como fazer chegar ao homem
de hoje esta boa nova?
O Secretário Geral do Sínodo, arcebispo Nicola Eterevic,
propôs então o chamado “Relatório prévio (‘relatio ante disceptationem’)”, que antecede
as intervenções dos vários participantes, tomando em consideração as sugestões e propostas
enviadas pelas Conferências Episcopais, os Sínodos das Igrejas de rito oriental, os
Dicastérios da Cúria Romana e a União dos Superiores Gerais (das Ordens e Institutos
religiosos). D. Eterovic desenvolveu a sua exposição em sete aspetos: - O que
proclamamos, quem proclamamos? A Palavra de Deus; - recursos recentes que nos podem
ajudar na nossa terefa; - circunstâncias especiais do nosso tempo que tornam necessário
este Sínodo; - elementos da Nova Evangelização; - fundamentos teológicos para a
Nova Evangelização; - qualidades dos novos evangelizadores; e finalmente – carismas
da Igreja de hoje que corroboram a tarefa da Nova Evangelização. A concluir, D. Nicola
Eterovic, apontou aos Padres Sinodais quatro principais pistas de aprofundamento e
intervenção: - reafirmar a natureza existencial da evangelização; - observar
as bases teológicas da Nova Evangelização: - animar as muitas manifestações atuais
da Nova Evangelização; e – propor modos concretos para estimular, estruturar e levar
a cabo a Nova Evangelização.
A sessão desta manhã foi presidida por um dos
três cardeais delegados, nomeados pelo Santo Padre: o cardeal John Tong Hon, bispo
de Hong Kong, China. Os outros dois presidentes delegados são os cardeais Francisco
Robles Ortega (arcebispo de Guadalajara, México) e Laurent Monsengwo Pasinya (arcebispo
de Kinshasa, República Democrática do Congo). Bento XVI nomeou 12 cardeais, 20
bispos e quatro padres para participarem no Sínodo e aprovou a escolha de 45 peritos
(‘adiutores secretarii specialis’), entre os quais 7 religiosas e 3 leigas, e 49 ouvintes
(‘auditores’), incluindo 19 mulheres. Entre os participantes estão, nomeadamente,
Kiko Arguello, iniciador do Caminho Neocatecumenal; a irmã Mary Prema Pierick, superiora
geral das Missionárias da Caridade, fundadas por Madre Teresa de Calcutá; Maria Voce,
presidente do Movimento dos Focolares, e o padre Julián Carrón, do Movimento Comunhão
e Libertação. Há ainda três “convidados especiais”, chamados a uma intervenção
especializada: o irmão Alois, prior da Comunidade Ecuménica de Taizé (França); Lamar
Vest, presidente da Sociedade Bíblica Americana (EUA); eWerner Arber, presidente da
Academia Pontifícia das Ciências. Estão previstos 23 encontros (congregações)
gerais, nas quais cada interveniente dispõe de 5 minutos para falar, e 8 sessões de
trabalhos de grupos. Em cada dia está previsto uma hora para intervenções livres dos
padres sinodais, que dispõem para tal de um máximo de 3 minutos.