São Paulo (RV) – Abriu-se quarta-feira, 3, no Museu de Arte Sacra de São Paulo,
a exposição multimídia “Cenas de um encontro de fé”, que marca o aniversário de 70
anos do IV Congresso Eucarístico Nacional, que aconteceu em São Paulo em setembro
de 1942.
Realizado em plena Segunda Guerra Mundial, o IV Congresso reuniu
mais de 500 mil pessoas no Vale do Anhangabaú, mobilizando todo o Estado de São Paulo,
diversas cidades do Brasil e algumas do mundo. Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva,
arcebispo de São Paulo na época, enfrentou muita resistência à realização do evento,
mas manteve-o inclusive como testemunho de paz e comunhão a um mundo em guerra. Ao
final do Congresso, recebeu de Getúlio Vargas um telegrama parabenizando-o pelo êxito
do evento.
Na exposição, são expostos documentos e objetos confeccionados especialmente
para o IV Congresso. Estão neste conjunto guias, lembranças e telegramas que fazem
parte do acervo do Arquivo da Cúria Metropolitana. Uma naveta (incensário) e um sino
de altar do Congresso, que atualmente são usadas em missas solenes na Catedral da
Sé, também estarão expostos, além da réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida
que participou das celebrações em 1942.
Destaque da exposição, duas projeções
mapeadas ajudam a recontar a história do IV Congresso. Na primeira, o filme irá interagir
com as paredes de taipa de pilão de mais de 200 anos do Museu de Arte Sacra, construído
por frei Galvão em 1774. As janelas e portas se alternam com as paredes, servindo,
todas, como tela da projeção.
O segundo filme é projetado na cátedra (cadeira
do bispo) que foi desenhada por Benedito Calixto Neto especialmente para o IV Congresso.
Usada durante todas as celebrações do evento em 1942, a cátedra permaneceu, depois,
na Catedral da Sé, sendo usada, por exemplo, pelos Papas João Paulo II e Bento XVI
em suas visitas ao Brasil. O filme, produzido pela Visual Farm, com direção de Camilo
Cassoli, brinca com luzes, sombras e cores para mostrar detalhes dos símbolos entalhados
na cátedra.
A concepção da mostra é de Camilo Cassoli e a produção executiva
de Rafael Alberto, secretário de Comunicação da Arquidiocese de São Paulo. (CM)