2012-10-05 13:01:04

Concílio Vaticano II: conheça os tesouros do Arquivo em São Paulo


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) - Encerra-se esta sexta-feira, no Vaticano, o Congresso Internacional de Estudos “O Concílio Vaticano II à luz dos arquivos dos Padres Conciliares”.

O evento, promovido pelo Pontifício Comitê de Ciências Históricas, reúne especialistas de todo o mundo para marcar a abertura dos 50 anos do Concílio Vaticano II.

Esta sexta-feira, dois brasileiros figuram entre os conferencistas: Luiz Carlos Luz Marques, da Universidade Católica de Pernambuco, que falará sobre os arquivos conciliares de Dom Helder Pessoa Camara, no CeDoHc de Recife.

E o Pe. José Oscar Beozzo, do Seminário João XXIII em São Paulo. Em entrevista ao Programa Brasileiro, Pe. Beozzo fala como nasceu o Arquivo sobre o Vaticano II e alguns de seus tesouros:

Para entender o Concílio, é preciso ter acesso a outros tipos de fontes: diários, o que os bispos guardaram, escreveram, circulares. Em 1989, quando se fez o projeto sobre o Vaticano II, uma das minhas questões foi essa. Aqui na Europa já tinham muitos arquivos disponibilizados, mas não no Brasil. Fui um pouco atrás de organizar o Fundo com uma documentação brasileira. Na época, eu mandei carta para 267 bispos, os que estavam vivos e participaram do Concílio, e mais os sucessores nas naquelas dioceses, pedindo se eles não entregariam a documentação para um Fundo que hoje está na biblioteca dos redentoristas em São Paulo. Recebi umas 130 respostas, algumas de chorar, porque diziam ‘queimei tudo, papel velho’; outros ‘ninguém sabe aqui na Cúria onde foi parar isso’; ou o bispo repartiu com familiares ou deu para o arquivo da cidade. Então tinha uma dispersão enorme da documentação. Outros disseram ‘vamos preservar essa documentação aqui no seminário, no arquivo da diocese’. Então mapeei um pouco onde estava a documentação e muitos a doaram. Alguns, inclusive, uma documentação bastante ampla. Em têm algumas preciosidades nesse arquivo: uma delas é o conciliábulo, que foi um jornalzinho que Dom Aberto Ramos, de Belém, fazia a cada dia com um grupo de bispos mais jovens. Outro tesouro é que Dom Helder também escreveu cada madrugada uma carta de Roma, e que agora já estão publicadas. Têm outras coisas neste Arquivo, por exemplo, só teve um brasileiro que foi auditor do Concílio. Foi Bartolo Peres, um operário da Mooca e que era presidente da JOC (Juventude Operária Católica) Internacional, então ele foi auditor na terceira e quarta sessão conciliar. Ele também me entregou documentos dele, fotos desse período.

(BF)







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