Islamabad (RV) - Os advogados de acusação no processo contra Rimsha Masih –
a menina cristã presa com a acusação de blasfêmia e depois liberada sob fiança – estão
colocando em ato “uma tática obstrucionista, com a finalidade de prolongar o caso
e impedir a sua completa resolução: “foi o que disse à agência Fides Paul Bhatti,
líder da “All Pakistan Minorities Alliance” e Ministro para a Harmonia nacional, referindo-se
ao caso da menina. O Supremo Tribunal de Islamabad adiou a audiência do processo para
o dia 17 de outubro, por causa da ausência (por motivos de saúde) dos advogados da
acusação.
A estratégia da acusação, afirmou Bhatti, é destinada ao fracasso,
pois “o caso se encontra nas mãos do Supremo Tribunal, que não pode ser condicionado,
e as provas apresentadas pela defesa são irrefutáveis”. Rimsha “certamente será absolvida”
e a “nada servirá a retratração das testemunhas que acusaram o Imã Khalid Jadoon Chishti
de ter montado o caso”.
De fato, as declarações foram feitas segundo a seção
n. 164 do Código Penal do Paquistão. Isto significa que o juíz submeteu por três vezes
o documento às testemunhas, pedindo confirmação, e assegurando-se que não houve nenhum
tipo de condicionamento. Após tal procedimento, as declarações são consideradas conclusivas,
e a retratação, segundo as leis vigentes, é inadimissível.
O adiamento de 15
dias da audiência, informa Bhatti, foi motivado somente pela ausência temporária do
juíz. Se tudo proceder normalmente, - diz de modo otimista - “certamente teremos a
absolvição com fórmula plena e isso poderá já ocorrer no dia 17 de outubro”.
Falando
à agência Fides, Bhatti estigmatiza o comportamento de algumas ONGs cristãs paquistanesas
que continuam a difundir apelos da família de Rimsha e fazendo crer que administram
o caso, “unicamente para fins comerciais e especulação, atraíndo benfeitores ocidentais”.
O
Ministro recorda que Rimsha e a sua família estão em um lugar seguro, tutelados pela
“All Pakistan Minorities Alliance” e que nenhuma ONG mantém contato com eles. (SP)