Amã (RV) – “Para a próxima sexta-feira, dia 5, os Irmãos Muçulmanos convocaram
uma grande manifestação contra as eleições. Os chefes tribais ameaçam levar às ruas
200 mil pessoas com armas brancas, prontos a qualquer eventualidade. Esperamos que
isso não ocorra”. Foi o que disse o Arcebispo Dom Maroun Lahham, Vicário patriarcal
para a Jordânia do Patriarcado latino de Jerusalém, à agência vaticana Fides falando
da passagem crítica a que se prepara o reino hashemita, com as eleições – se não houver
adiamentos – previstas até o final deste ano.
“As próximas eleições deveriam
ser as primeiras eleições livres e democráticas. O governo será nomeado pela primeira
vez pelo partido de maioria. Os Irmãos Muçulmanos anunciaram que querem boicotar as
eleições. Se as promessas de uma competição eleitoral livre e democrática forem mantidas,
eles poderiam exercer um peso efetivo na evolução política do País. Se, no entanto,
ficarem firmes em suas posições de boicotar as eleições, a posição deles acabará sendo
negativa”.
Com relação à vizinha Síria, Dom Lahham fala de “coisas cada vez
mais complicadas. Como Igreja insistimos no apelo à paz, à reconciliação e ao perdão,
mas não estamos vendo uma saída. O governo não quer dar um passo na solução da crise
e a resistência parece estar sendo apoiada do exterior com o envio de armas. Enquanto
isso, está chegando o inverno e o drama humanitário dos refugiados está se tornando
insustentável”. (SP)