Aberto neste sábado no Vaticano o processo contra Paolo Gabriele
Arrancou esta manhã no Vaticano o processo contra o mordomo do Papa, Paolo Gabriele,
acusado de ter roubado, no apartamento de Bento XVI, documentos confidenciais do Santo
Padre. Paolo Gabriele encontrava-se em prisão domiciliaria desde o passado dia
21 de Julho. Apresentou-se livre e sem escolta. Mas tinha o direito de não se apresentar.
Três magistrados vão decidir da sorte de Gabriele, que corre o risco de ser condenado
a uma pena que pôde variar de alguns meses a quatro anos de prisão. Os juízes,
todos leigos, não têm nenhuma relação directa com a Igreja. O promotor da Justiça
do Tribunal de Recurso do Vaticano, Giovanni Giacobbe, disse em conferência de imprensa,
no passado dia 27, que os juízes gozam duma independência total. O Papa não poderá
influenciar o julgamento. No entanto, como todos os chefes de Estado tem o poder de
conceder a graça a um condenado. Poderia também ter arquivado todo o dossier ainda
antes do processo, mas não o fez. Juntamente com Paolo Gabriele, vai ser julgado
também Cláudio Sciarpelletti, informático na Secretaria de Estado, supostamente, por
cumplicidade. Não obstante o seu papel secundário poderá, todavia, ser condenado a
uma pensa que pode chegar a um ano de prisão. Ele não se apresentou ao processo desta
manhã, tendo sido representado pelo seu advogado. Esta é a primeira vez que se
verifica um processo publico no Vaticano. Dez jornalistas são autorizados a assistir.
De entre eles um da Rádio Vaticano e outro do jornal do Vaticano L’Osservatore Romano.
Proibidas, pelo contrário, gravações vídeo e áudio durante a audiência. Apenas algumas
imagens do início da secção são fornecidas pela televisão do Vaticano e por L’Osservatore
Romano. Impossível prever a duração do processo. A confissão de Paulo Gabriele não
é suficiente para um veredicto imediato.