Procurar soluções aplicáveis a nível global para por termos às crises
Está a decorrer desde segunda-feira, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a
Assembleia Geral desta organização, sobre o Estado de Direito a nível nacional e internacional.
Nela interveio já D. Dominique Mamberti, Secretário de Estado do Vaticano para as
Relações com os Estados e Chefe da Delegação da Santa Sé para esta 67ª Sessão Ordinária
da Assembleia Geral da ONU.
No seu discurso, D. Mamberti frisou que a Humanidade
enfrenta actualmente uma situação rica de desafios e dificuldades. De um lado o sempre
surpreendente e rápido progresso científico, o crescente acesso à educação e ao bem
estar económico; do outro uma interminável crise financeira mundial, que faz diminuir
o apoio a algumas situações de emergência humanitária..
Perante os velhos e
novos desafios que temos pela frente, a convocação de uma reunião de alto nível sobre
o Estado de Direito é uma ocasião importante para reafirmar a vontade de procurar
soluções políticas aplicáveis a um nível global com a ajuda de um ordenamento jurídico
profundamente radicado na dignidade e na natureza da humanidade, por outras palavras,
no direito natural.
É este, para o encarregado das relações externas do Vaticano,
o melhor caminho a seguir se se quer realizar grandes projectos. Referiu-se também
ao grande desafio da aplicação da Carta das Nações Unidas e da Declaração Universal
dos Direitos do Homem, que permanecem atuais por meio das várias convenções sobre
os direitos humanos, o desarmamento e mesmo na codificação dos grandes princípios
do direito internacional e do direito humanitário. Um progresso consistente será possível
– prosseguiu - se, mais do que operar com organismos cada vez mais especializados,
as Nações Unidas se mantiverem como ponto central de referência para a criação de
uma verdadeira família das nações, em que o interesse unilateral das nações mais potentes
não prevaleça sobre os das mais débeis. Isso será possível se a legislação a nível
internacional for marcada pelo respeito da dignidade da pessoa humana, a partir da
centralidade do direito à vida e à liberdade religiosa."