Santa Sé em Nova York: Lei internacional seja baseada no respeito da dignidade humana
Nova York (RV) - O Secretário das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti,
discursou na 67ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta segunda-feira,
em Nova York, sobre o Estado de Direito no âmbito nacional e internacional.
O
arcebispo destacou o surpreendente e rápido progresso científico, o acesso de muitas
pessoas à educação e ao bem-estar econômico, mas também a crise financeira mundial
que provoca emergências humanitárias e cria novos e perigosos conflitos.
"Neste
contexto, a extensão efetiva do Estado de Direito com todos os meios se torna uma
tarefa urgente por uma justa, imparcial e eficaz governabilidade global" – frisou
Dom Mamberti.
O arcebispo recordou que "é essencial que os direitos humanos
sejam protegidos pelo Estado de Direito e que todas as pessoas físicas, instituições
públicas e privadas, Estados e organizações internacionais devem estar sujeitos à
lei que deve ser justa e equitativa".
O prelado lembrou ainda o vínculo inseparável
entre Estado de Direito e respeito pelos direitos humanos, salientando que para governar
segundo o direito, são necessárias regras constitucionais relativas à atividade legislativa,
um controle judiciário sobre as leis e sobre o poder executivo, a transparência dos
atos de governo e a existência de uma opinião pública capaz de se expressar livremente.
"Seguindo esta tendência expansiva a aplicação do Estado de Direito abrange
todas as esferas da vida social" – sublinhou.
"A Santa Sé aprecia a ligação
entre Estado de Direito e respeito pelos direitos humanos e ressalta que é preciso
ir além do simples estabelecimento de procedimentos que garantem uma origem democrática
das normas e um consenso por parte da comunidade internacional a fim de atualizar
e tornar efetivos os princípios de justiça sancionados na Declaração Universal dos
Direitos Humanos. Nessa sede citamos a dignidade inalienável e o valor de cada pessoa
humana antes de qualquer lei ou consenso social, a igualdade de direitos das nações,
o respeito pelos tratados e outras fontes do direito internacional" – concluiu Dom
Mamberti. (MJ)