2012-09-24 17:51:38

O Papa e a escuta da Palavra de Deus: para que seja compreendida é preciso superar a surdez do coração


Cidade do Vaticano (RV) - A Palavra de Deus é sempre luz, depende de como é ouvida. Esse é o ensinamento extraído da página do Evangelho proposto pela liturgia desta segunda-feira.

"Ninguém acende uma lâmpada para a cobrir com um recipiente, nem para colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a num candelabro, para que aqueles que entram vejam a luz" – lê-se no trecho de Lucas 8,16. (...) "Cuidai, portanto, do modo como ouvis!" (Lc 8,18).

Bento XVI costuma exortar os cristãos a fazerem um percurso de maturação sobre esses aspectos. Aproveitando a leitura do Evangelho do dia e que estamos em setembro, mês da Bíblia, recordemos algumas das afirmações do Papa a esse propósito.

Linguagem em parábolas para o público, e, de forma privada, para os seus discípulos, explicações com diferente estilo comunicativo. O Evangelho restitui como sendo essa a linha geral de ensinamento do Mestre.

As parábolas de Jesus, crípticas na aparência, são um destilado de sabedoria que, porém, para ser compreendido, precisa de um requisito particular e que dificilmente se encontra em nível de massa: a disposição a ouvir com o coração.

"Cuidai, portanto, do modo como ouvis!", com essas palavras, Jesus adverte aqueles que estão ao seu redor na cena descrita pelo Evangelho segundo São Lucas.

A escuta da Palavra de Deus constitui um valor que desde o primeiríssimo anúncio até hoje viu deter-se Doutores da Igreja; Santos; teólogos e papas, dentre os quais, Bento XVI:

"Há quem escuta superficialmente a Palavra, mas não a acolhe; há quem a acolhe momentaneamente, mas não tem constância e perde tudo; há quem acaba sobrecarregado pelas preocupações e seduções do mundo; e há quem ouve de modo receptivo como a terra boa: aí a Palavra frutifica abundantemente." (Angelus, 10 de julho de 2011)

A parábola do Semeador, recordada pelo Papa, é bastante elucidativa. Para que a Palavra de Deus ilumine a casa inteira e não seja um inútil ponto de luz colocado no canto, é necessário que a Palavra se torne para o cristão um alimento ruminado com constância, sozinho e comunitariamente, com a meditação e a vida dos Sacramentos:

"Ouvir juntos a Palavra de Deus; superar a nossa surdez para aquelas palavras não condizentes com os nossos preconceitos e as nossas opiniões; tudo isso constitui um caminho a ser percorrido para alcançar a unidade na fé como resposta à escuta da Palavra." (Vésperas Conversão de São Paulo, 26 de janeiro de 2007)

A compreensão da Palavra de Deus é um dom do próprio Deus. "Pois nada há de oculto que não se torne manifesto, e nada em segredo que não seja conhecido e venha à luz do dia" – afirma Jesus no Evangelho segundo Lucas 8,17. É uma garantia do fato que aquela semente – para além do terreno que a acolherá – deve ser lançada nos sulcos dos corações da Igreja de todos os tempos:

"É uma Palavra que deve ser testemunhada e proclamada explicitamente, porque sem um testemunho coerente ela resulta menos compreensível e crível." (Discurso às Pontifícias Obras Missionárias, 14 de maio de 2011) (RL)







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