2012-09-23 15:54:02

Seguir Cristo requer profunda "con-versão" - Papa no Angelus deste domingo


Neste domingo, 23 de Setembro, com um sol tímido e o suão típico deste período do ano, Bento XVI apareceu à varanda da sua residência estiva de Castel Gandolfo, donde teceu algumas reflexões teológicas acerca do Evangelho de São Marcos, rezou o Angelus com os numerosos fieis ali reunidos e saudou-os em diversas línguas. RealAudioMP3

O Papa deteve-se sobre a segunda parte deste trecho bíblico que fala da ultima viagem de Jesus em direcção a Jerusalém e ao culminar da missão de Jesus na terra. Depois que Pedro, em nome dos discípulos, confessou a fé em Jesus, reconhecendo-O como o Messias, Jesus começa a falar abertamente daquilo que lhe vai acontecer: define-se como "Filho do homem," e anuncía que será morto e que ressuscitará ao terceiro dia.

Os discípulos não compreendem profundamente isto, mas têm medo de Lhe pedir esclarecimentos. Não compreendem porque, no fundo, há uma grande distância interior entre Jesus e os seus discípulos. Não estão completamente sintonizados com Ele. Só Pedro toma a liberdade de O reprovar por ter dito que será morto pelas mãos do homem. Depois do segundo anúncio da paixão, os discípulos põem-se a discutir entre eles sobre quem é o maior. E ao terceiro anúncio, Tiago e João pedem a Jesus que lhes deixe sentar um à Sua direita e outro à Sua esquerda quando estiver na glória.

Para além deste sinal de orgulho, há outros que mostram a diferença entre Jesus e os discípulos. Estes não conseguem, por exemplo, curar um rapaz epiléptico, coisa que Jesus faz com a força da oração, ou então quando algumas crianças aproximam-se de Jesus e os discípulos reagem negativamente, Jesus mostra-se indignado e retém-nas, dizendo que só quem é como elas poderá entrar no Reino de Deus.

Tudo isto recorda-nos que a lógica de Deus é sempre “outra” em relação á nossa – referiu Bento XVI, citando o profeta Isaías que dizia: “Os meus pensamentos não são os vossos, as vossas vias não são as minhas”. E o Papa prosseguiu:

“Por isso, seguir Cristo requer sempre ao homem uma profunda con-versão, uma mudança no modo de pensar e de viver, requer predispor o coração à escuta a fim de se deixar iluminar e transformar interiormente”.

Um ponto chave em que Deus e o homem se diferenciam – frisou ainda o Papa – é o orgulho. Em Deus não há orgulho, porque é plenitude total e está totalmente orientado para o amor, para a doação da vida. No homem, pelo contrário, o orgulho está intimamente enraizado e requer uma constante vigilância e purificação.

“Nós que somos pequenos, aspiramos a aparecer grandes, a ser os primeiros, enquanto que Deus não teme em baixar-se e a tornar-se último” .

Palavras do Papa que concluiu esta reflexão sugerindo a invocação, com confiança,da Virgem Maria, que "estava em perfeita sintonia com Deus", para que nos ensine a seguir fielmente Jesus na via do amor e da humildade.
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Depois da oração do Angelus, o Papa recordou que ontem, em Troyes, na França foi proclamado bem-aventurado, o padre Luís Brisson, que viveu no século XIX e foi fundador dos Oblatos de São Francisco de Sales, unindo-se, com alegria, a todos os filhos e filhas espirituais do novo beato, assim como àquela Diocese francesa.

Saudou também os peregrinos de lingua francesa e agradeceu-lhes pelas suas orações durante a sua viagem ao Líbano e ao Medio Oriente. Continuai - exortou-os - a rezar pela paz e pelo dialogo sereno entre as religiões.

A seguir saudou, de modo particular, as Irmãs do Colégio Missionário “Mater Ecclesiae”, provenientes de vários países e que se encontram em Castelo Gandolfo para um ano de formação e de vida comunitária.

Finalmente uma referência também aos sócios da Confederação italiana de Agricultores, a “Coldiretti”, com apreço pelo seu empenho na salvaguarda do criado e pelos dons que lhe ofereceram.









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