2012-09-18 16:30:05

Nova Evangelização e Redemptoris missio: a Igreja ao serviço do Reino


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro semanal neste espaço dedicado à nova evangelização, questão prioritária para a Igreja em nossos dias. Ressaltamos que estamos a menos de um mês do início do próximo Sínodo dos Bispos, a realizar-se no Vaticano, de 7 a 28 de outubro próximo, com o tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

Na edição de hoje concluiremos o segundo capítulo da Redemptoris missio, capítulo este que tem como título "O Reino de Deus". Recordamos que a encíclica de João Paulo II é de 1990 e trata da validade permanente do mandato missionário.

Nossa abordagem se insere no âmbito de uma revisitação a alguns documentos eclesiais pertinentes à ação evangelizadora, recorrendo assim ao rico patrimônio magisterial de que dispomos.

De fato, diante de situações novas que requerem respostas novas, a Igreja faz tesouro da experiência de seus dois mil anos de anúncio de Jesus Cristo para buscar uma evangelização que seja nova em seus métodos, em suas expressões, em seu ardor missionário, bem sabendo que os valores perenes do Evangelho são imutáveis, pois Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre.

Na edição passada nos ativemos aos números 18 e 19 da Redemptoris missio, que continuam o tema "O Reino em relação a Cristo e à Igreja".

Nesse sentido, João Paulo II tece algumas considerações discorrendo sobre a ligação especial da Igreja com o Reino de Deus e de Cristo, destacando, dentre outros, que não podemos separar o Reino, da Igreja, afirmando não ser ela fim em si mesma, vez que esta se ordena ao Reino de Deus, sendo dele princípio, sinal e instrumento.

O Beato Wojtyla observa ainda que, mesmo sendo distinta de Cristo e do Reino, a Igreja, todavia, está unida indissoluvelmente a ambos. Mesmo sem excluir a obra de Cristo e do Espírito fora dos confins visíveis da Igreja, o Papa evidencia a relação única e singular da Igreja com Cristo e o Reino, que confere a ela um papel específico e necessário.

Mas para encerrarmos o tema "O Reino em relação a Cristo e à Igreja" passemos ao nº 20, com o qual finda o segundo capítulo da Redemptoris missio e, com ele, a nossa edição de hoje:

A Igreja ao serviço do Reino

20. A Igreja está efetiva e concretamente ao serviço do Reino. Em primeiro lugar, serve-o com o anúncio que chame à conversão: este é o primeiro e fundamental serviço à vinda do Reino para cada pessoa e para a sociedade humana. A salvação escatológica começa já agora, na novidade de vida em Cristo: « a todos os que O receberam, aos que crêem n'Ele, deu o poder de se tornarem filhos de Deus » (Jo 1, 12).
A Igreja serve ainda o Reino, fundando comunidades, constituindo Igrejas particulares, levando-as ao amadurecimento da fé e da caridade, na abertura aos outros, no serviço à pessoa e à sociedade, na compreensão e estima das instituições humanas.
A Igreja, além disso, serve o Reino, difundindo pelo mundo os «valores evangélicos», que são a expressão do Reino, e ajudam os homens a acolher o desígnio de Deus. É verdade que a realidade incipiente do Reino se pode encontrar também fora dos confins da Igreja, em toda a humanidade na medida em que ela viva os «valores evangélicos » e se abra à ação do Espírito que sopra onde e como quer (cf. Jo 3, 8); mas é preciso acrescentar, logo a seguir, que esta dimensão temporal do Reino está incompleta, enquanto não se ordenar ao Reino de Cristo, presente na Igreja, em constante tensão para a plenitude escatológica.
As múltiplas perspectivas do Reino de Deus não enfraquecem os fundamentos e as finalidades missionárias; pelo contrário, fortificam e expandem-nas. A Igreja é sacramento de salvação para toda a humanidade; a sua ação não se limita àqueles que aceitam a sua mensagem. Ela é força atuante no caminho da humanidade rumo ao Reino escatológico, é sinal e promotora dos valores evangélicos entre os homens. Neste itinerário de conversão ao projeto de Deus, a Igreja contribui com o seu testemunho e atividade, expressa no diálogo, na promoção humana, no compromisso pela paz e pela justiça, na educação, no cuidado dos doentes, na assistência aos pobres e mais pequenos, mantendo sempre firme a prioridade das realidades transcendentes e espirituais, premissas da salvação escatológica.
A Igreja serve o Reino também com a sua intercessão, uma vez que aquele, por sua natureza, é dom e obra de Deus, como lembram as parábolas evangélicas e a própria oração que Jesus nos ensinou. Devemos suplicá-lo, para que seja acolhido e cresça em nós; mas devemos simultaneamente cooperar a fim de que seja aceito e se consolide entre os homens, até Cristo « entregar o Reino a Deus Pai », altura essa em que « Deus será tudo em todos » (1 Cor 15, 24.28).

Amigo ouvinte, por hoje é só, semana que vem tem mais, se Deus quiser!







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