Beirute (RV) – Houve uma referência ao filme “A Inocência dos Muçulmanos” durante
o encontro que aconteceu na manhã de sábado, 15, entre o Papa e alguns líderes religiosos
muçulmanos. Após o encontro com as máximas autoridades do Estado e antes do discurso
aos líderes do mundo políticos, diplomático, intelectual e religioso do Líbano, Bento
XVI manteve, durante algum tempo, um específico encontro com alguns líderes das comunidades
islâmicas (sunitas, xiitas, drusos e alauitas).
Durante este encontro estavam
também presentes o Patriarca maronita Bechera Rai, o Cardeal Secretário de Estado,
Tarcisio Bertone, o Núncio Apostólico no Líbano, Dom Gabriele Caccia e o Presidente
do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, o Cardeal Jean-Louis Tauran.
Em particular o Mufti sunita Mohammad Rachid Kabbani – ausente na cerimônia
de boas-vindas no aeroporto, na sexta-feira, porque, explicou, estava em oração –
entregou ao Papa uma mensagem de cinco páginas. “Todo ataque a cada cristão é um ataque
ao islã”, lê-se no texto, divulgado pela imprensa libanesa. “Cristãos e muçulmanos
de uma nação tem os mesmos direitos e deveres”.
O Diretor da Sala de Imprensa
da Santa Sé, Padre Federico Lombardo, manifestou, em seguida, durante o encontro com
os jornalistas, o apreço pelas palavras pronunciadas pelo líder religioso islâmico
durante o encontro com o Papa, destacando, em particular, os pontos assinalados pelo
mufti: a importância dos cristãos ficarem no Médio Oriente, a necessidade de passar
da convivência à comunhão entre os credos (conceito expressado por Bento XVI e assumido
por Kabbani).
Por fim – com relação ao filme estadunidense que zomba do profeta
Maomé e que deu início a protestos em todo o mundo muçulmano – os líderes islâmicos
agradeceram a condenação feita pelo Vaticano já nos dias passados por aquelas iniciativas
que ofendem os símbolos religiosos. (SP)