Cidade
do Vaticano (RV) - Mais uma vez Deus nos leva a uma revisão de nossos critérios,
se estão de acordo com os de Jesus, o Homem Novo, ou se nos deixamos levar pelos do
mundo e aceitamos os seus, tão diversos dos do Senhor.
A primeira leitura,
extraída de Isaías nos apresenta a figura significativa do Servo Sofredor, a mesma
da sexta-feira santa, onde lemos sobre o homem das dores que confia no Senhor. Esse
relato nos conduz ao Evangelho deste domingo, em que Marcos faz o primeiro anúncio
da paixão do Mestre. Ora, Jesus é aquele que nos salvou a partir do seu sofrimento,
que foi rejeitado e hostilizado pelos grandes de Israel e, em seguida, enaltecido
pelo Pai e, por Ele, ressuscitado. Por isso Jesus se tornou a força, a esperança,
o referencial para aqueles que assumem, como missão, a luta por seus irmãos, pela
justiça, para que eles sejam respeitados como filhos de Deus.
No Evangelho
Cristo desnorteou seus discípulos ao falar que ele seria rejeitado e sofreria muito
e que exatamente por causa dessa paixão é que sairia vitorioso. Jesus ensinou que
a vitória virá através da morte, da derrota. Ele quebrou a lógica do mundo, virou
a mesa.
Quando Pedro, que havia feito bela profissão de fé, mas ainda sem uma
compreensão amadurecida, disse que impediria tal desastre acontecer, Jesus o repreendeu
com um veemente “Afasta-te de mim Satanás!” E em seguida disse para todos:” Se alguém
me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga-me. Pois quem quiser salvar
a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho,
vai salvá-la”.
Renunciar a si mesmo significa renunciar a toda ambição pessoal,
não pensar em si, em seus interesses, mas estar totalmente voltado para Deus e para
os outros.
Tomar a sua cruz é muito mais do que aceitar as durezas do dia a
dia; é conseqüência do “renunciar a si mesmo,” quando nos sacrificamos pela felicidade
de alguém e é, em diversas ocasiões, o preço pela fidelidade ao Evangelho.
Seguir
Jesus é tomar parte em seu projeto redentor, na luta pela instauração do Reino de
justiça e de paz e aceitar as conseqüências dessa participação; é perder a vida, como
aconteceu com ele, nosso Mestre e Senhor.
Ser companheiro de Jesus em sua paixão,
assumindo toda sua humilhação, trabalhos e lutas, nos proporcionará, depois, segui-lo
na glória. Por isso, quem quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas quem a perder,
irá salvá-la. (CAS)