Cardeal Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso comenta
viagem
(14/09/2012) Sobre a viagem ao Líbano Helene Destombes recolheu o comentário do Cardeal
Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso:
R.-
Diria que o Papa, indo ao Líbano, recorda que a diversidade e a pluralidade não são
sinónimo de perigo, ao contrário é uma riqueza e isto vê-se muito bem no diálogo ecuménico
e no diálogo inter-religioso, duas realidades muito vivas no Líbano. A Exortação Apostólica
quer transmitir a mensagem de que viver juntos não é uma utopia mas uma vocação e,
com efeito, o tema do Sínodo era "Comunhão e Testemunho" e havia uma referência à
primeira comunidade cristã.
P.- Esta presença do Papa no Líbano é então uma
chamada à comunhão...
R.- À comunhão entre cristãos e ao diálogo com os não
cristãos. Isto podemos dizer que é o Líbano! Isto é devido ao facto de muçulmanos,
cristãos, drusos, frequentarem todos a mesma escola, terem os mesmos livros, os mesmos
professores e por aquilo que eu vi quando ali estive - quatro anos e meio durante
a guerra civil - foi a escola que fez o Líbano: é a instrução. Esta abertura, única
neste lugar do mundo, deve ser salvaguardada.
P.- Alguns olham para uma certa
dimensão política desta viagem, tendo como base tudo o que está acontecendo no Medio
Oriente...
R.- A viagem do Papa é uma Viagem Apostólica e, portanto, não vai
levar a solução para os problemas políticos. No Médio Oriente os problemas não são
causados pelas religiões, mas têm sempre uma dimensão religiosa. Isto faz parte da
cultura das populações daquela parte do mundo. Certo, que devemos recordar também
os grandes princípios do direito internacional, os direitos do homem, a liberdade,
sobretudo a liberdade religiosa que penso será evocada na Exortação Apostólica.