Arcebispo de Trípoli: "Ocidente deveria se desculpar por filme blasfêmo"
Trípoli (RV) - O Arcebispo de Trípoli, na Líbia, Dom Giovanni Martinelli, teme
“uma nova espiral de violência, equivalente à das vinhetas blasfêmias, quando atacaram
a igreja de Bengasi”. O arcebispo falou à Agência Sir depois de confirmada a notícia
da morte do embaixador estadunidense, de três diplomatas e 10 guardas líbios no ataque
à embaixada em Bengasi.
O atentado foi organizado durante a noite por um
grupo de manifestantes que protestavam contra um filme ‘blasfêmo’ sobre a vida do
Profeta Maomé, produzido por EUA e Israel.
“Sentimos muito por todas estas
formas de violência – diz o arcebispo – temos medo e tentamos moderar esta situação.
É preciso ter coragem para fazer algo e deter esta massa de gente que está reagindo”.
“Telefonaram-me de Bengasi; não sei mais detalhes. Sinto muito pelas vítimas,
sinto dor e piedade. Os EUA fizeram tanto pela Líbia, mas talvez existam forças paralelas
insensíveis à realidade do mundo árabe em geral”.
Dom Martinelli julga “vergonhoso
produzir um filme contra o profeta, sabendo que a sensibilidade dos árabes sobre este
tema é altíssima. É provocação. É preciso estar atentos para não piorar ainda mais
o clima e ter coragem de se desculpar”.
Em Bengasi, a igreja ficará fechada
nesta quinta-feira. Em Trípoli, o arcebispo diz que “tentará mantê-la aberta”. (CM)