Do passado saem as soluções para o futuro

Tóquio (RV) - Amigos e amigas ouvintes do Programa Brasileiro, é com muita alegria que lhes envio uma saudação fraterna do Japão.

Na memória de todos aqueles que moramos neste país ainda estão muito vivas as lambranças do terremoto e tsunami que danificaram a Usina Nuclear de Fukushima, colocando todos os reatores sob a suspeita de não serem seguros. No momento que lhes escrevo esta crônica, todas as usinas nucleares do país estão desativadas. Tal situação significa uma diminuição de quase 30% da energia elétrica . Ao mesmo tempo que testemunhamos a abnegada colaboração da população, no sentido de economizar energia, assistimos também ao retorno dos métodos do passado, de controle de temperatura. O uso de sombrinhas nas ruas e leques nos trens, ônibus, lojas e locais de trabalho estão na moda, permitindo que os equipamentos de ar acondicionado sejam programados para economizar energia.

Andando pelas ruas, percebemos um aumento bastante grande de cortinas verdes no balcões, sacadas e janelas de muitos edifícios, como aquele de dez andares, próximo de onde moro. As plantas crescem entre as treliças e redes de nylon e cobrem todos os balcões. Barram os raios solares, liberam vapor d´agua em sua transpiração o que reduz a absorção do calor e diminui a necessidade do ar condicionado nos escritórios, oficinas, fábricas e residências. Além de trazer mais beleza, a cortina verde traz frescor aos ambientes urbanos, fazendo com que o calor diminua em sete a oito graus centígrados. Além de diminuir o calor, a cortina verde absorve o dióxido de carbono por conta da fotossíntese.

As trepadeiras preferidas são o pepino e a goya, uma fruta rica em nutrientes. Diversas prefeituras do Japão estão distribuindo mudas para a população com instruções de como plantar a cortina.

Os beneficios de usar vegetação para reduzir o calor não terminam por aqui. A cortina verde tem outra vantagem: produz alimentos.

Em tempos de crise a natureza se transforma em nossa aliada.É suficiente respeitá-la e entender sua linguagem.

Missionário Pe. Olmes Milani CS Do Japão para a Rádio Vaticano