Cidade do Vaticano
(RV) – O Papa Bento XVI recebeu fiéis e peregrinos na Sala Paulo VI, no Vaticano,
para a tradicional Audiência Geral das quartas-feiras.
No encontro, que esta
semana precede a viagem ao Líbano, Bento XVI falou em sua catequese sobre a oração
na segunda parte do Apocalipse.
Enquanto na primeira parte a oração está orientada
para dentro da vida eclesial, na segunda parte a atenção está dirigida ao mundo inteiro.
A
Igreja, de fato, caminha na história, e faz parte dela, segundo o projeto de Deus.
A assembleia deve saber ler em profundidade a história que está vivendo, aprendendo
a discernir com a fé os acontecimentos para colaborar, com a sua ação, ao desenvolvimento
do reino de Deus. E esta obra de leitura e de discernimento, como também de ação,
está estritamente ligada à oração.
Dirigindo o olhar ao Céu de Deus, na relação
constante com Cristo, abrindo a Ele o nosso coração e a nossa mente na oração pessoal
e comunitária, nós aprendemos a ver as coisas de modo novo e a colher seu significado
mais verdadeiro. Para uma leitura mais profunda da história, o Senhor guia a comunidade
cristã, convidando-a a considerar com realismo o presente que está vivendo.
Diante
da violência, da injustiça, da fome, da doença, diante de realidades dramáticas, a
comunidade eclesial é chamada a jamais perder a esperança. O Apocalipse nos diz que
a oração alimenta em cada um de nós e nas nossas comunidades essa visão de luz e de
profunda esperança: nos convida a não nos deixar vencer pelo mal, mas a vencer o mal
com o bem. A Igreja vive na história, mas não se fecha em si mesma; enfrenta com coragem
o seu caminho em meio a dificuldades e sofrimentos.
Eis a síntese em português
que Bento XVI fez de sua catequese:
“Queridos irmãos e irmãs, a oração
é como uma janela aberta que nos permite ter os olhos voltados para Deus, não só para
nos lembrar a meta para a qual tendemos, mas também para deixar que a vontade de Deus
ilumine o nosso caminho terreno e nos ajude a vivê-lo com intensidade e empenho. Neste
sentido, a segunda parte do Apocalipse nos mostra, através dos símbolos do trono de
Deus, do livro e do Cordeiro imolado, como a oração pessoal e comunitária nos leva
a ver a realidade de um modo novo, captando o seu pleno sentido. O Trono representa
o senhorio de Deus sobre a história; o Livro com os sete selos, o plano de Deus sobre
os homens e os acontecimentos; e o Cordeiro imolado se refere a Cristo morto e ressuscitado,
o grande vencedor do maligno. De fato, o Apocalipse nos ensina a ler a realidade,
muitas vezes marcada por sofrimentos e aparentes derrotas, com um olhar de esperança:
como cristãos, jamais podemos ser pessimistas! Devemos olhar para Cristo Crucificado
e Ressuscitado que nos associa à sua vitória!
Saúdo os peregrinos de
língua portuguesa, especialmente os portugueses de Avintes e Alpendurada, bem como
os fiéis de Curitiba, acompanhados de seu Bispo, Dom Moacyr Vitti e todos os demais
grupos de brasileiros. Lembrai-vos de que a vida de oração do cristão deve ter por
centro a Missa dominical. É na Eucaristia que experimentareis como o Senhor Jesus
vem e faz morada em quem n’Ele crê e acolhe. E que Deus vos abençoe em todas as vossas
necessidades! Ide em paz!