Washington (RV) - Uma aranha do tamanho de uma moeda conseguiu interromper
uma obra de 15 milhões de dólares nos Estados Unidos por tempo indeterminado. O inusitado
acontecimento, que chamou a atenção da mídia norte-americana nos últimos dias, se
deve ao fato de se tratar de uma espécie rara em extinção que não era vista em três
décadas.
Trabalhadores da construção da rodovia 151 em San Antonio, no Texas,
encontraram o aracnídeo em um profundo buraco no meio da obra com a ajuda de especialistas.
Jean Krejca, biólogo e presidente da Zara Ambiental, que acompanha o projeto, conseguiu
identificar a aranha, conhecida por permanecer em cavas, depois que a água da chuva
revelou um orifício típico da espécie.
A aranha foi dissecada por um taxonomista
que confirmou a descoberta tão esperada por biologistas: ela pertence à espécie da
Cicurina venii, incluída desde 2000 nas listas do governo federal dos EUA de animais
ameaçados de extinção.
Por ser encontrada apenas no estado do Texas, especialistas
consideram que as rodovias podem alterar o habitat natural do aracnídeo. Até projetistas
e biólogos encontrarem uma solução ao problema, a construção permanece parada.
Desde
que a obra teve início, em abril deste ano, 14 espécies raras de aracnídeos foram
encontradas na área das rodovias. Isso se deve ao fato da região das rodovias serem
muito ricas em recursos naturais, explicou Stirling Robertson, líder do time de biólogos
do Departamento de Transportes do Texas.
Vista pela primeira vez em 1980
a apenas 8 quilômetros da obra por George Veni, a aranha não é venenosa e os especialistas
acreditam que toda a área da rodovia pode fazer parte de seu habitat natural.
Por
esta razão, Josh Donat, porta-voz do Departamento de Transportes do estado, preferiu
tratar da questão com cautela, afirmando ser cedo demais para saber quais as soluções
disponíveis.
Enquanto alguns devem estar irritados com o atraso e o prejuízo,
biologistas e amantes de animais comemoraram a descoberta. “Nós estamos animados
sobre o que podemos aprender com essa espécie e existe uma alta probabilidade de ter
mais dessas aqui”, acrescentou ele. Krejca disse que a descoberta é como se “tropeçássemos
em uma nova ilha de Galápagos em termos da importância biológica para a região”.