Uma extraordinária experiência de comunhão eclesial - Cardeal Rilk na conclusão do
Congresso Panafricano dos Leigos
Uma extraordinária experiência de comunhão eclesial. Assim definiu o cardeal Estanislau
Rilk, o Congresso Panafricano dos Leigos que conclui neste sábado 8 de setembro os
quatro dias de trabalho em Yaoundé, nos Camarões. O Presidente do Conselho Pontifício
para os Leigos, organismo promotor do Congresso disse que assistiram a “uma particular
epifania da Igreja em África, descobrindo, ao lado dos problemas que afligem o continente,
tantos recursos espirituais, vitalidade humana e religiosa, assim como um forte dinamismo
missionários do seu laicado. O cardeal Rilk disse ainda que a palavra que mais
sobressaiu no congresso foi formação. “A Igreja em África adverte a grande
urgência da tarefa educativa perante os leigos”. A formação – prosseguiu – não é um
privilégio, mas um direito e um dever da Igreja”. Aliás, o II Sínodo dos bispos para
a África indicou a formação dos leigos como uma prioridade, por forma a serem autênticos
“embaixadores de Cristo” na esfera pública, no coração do mundo”, promotores de paz,
justiça e reconciliação. Por isso, os leigos não devem fechar-se nas próprias comunidades
cristãs, pois que são chamados a construir o reino de Deus no mundo em que vivem,
isto é na família, no trabalho, na economia, na vida pública, na política e na cultura.
Testemunhar Cristo no coração do mundo não é tarefa fácil, porque exige, muitas
vezes a coragem de ir contracorrente para defender os direitos inalienáveis e a dignidade
da pessoa humana. Entra então em jogo a delicada questão das relações entre os leigos
e a política. A politica está a passar hoje em dia por uma certa desvalorização, mas,
não basta denunciar os males. Aos leigos impõe-se a urgente tarefa de descobrir o
direito e o dever de uma activa e responsável participação na vida politica no próprio
país. Para isso deve ter um adequado conhecimento da Doutrina Social da Igreja. Na
qualidade de Embaixadores de Cristo, não podem descurar a fé, risco este que começa
já a entrever-se em África. Daí a importância do Ano da Fé que visa voltar a colocar
Deus no centro da vida de cada cristão e levar redescobrir o Catecismo da Igreja Católica
como bússola segura para a vida e missão do laicado. O Presidente do Conselho
Pontifício para os Leigos recordou que o principal lugar da formação dos leigos, para
além da família, são as paróquias, as quais devem ser apoiadas e ajudadas pelas comunidades
cristãs de base que estão a ganhar novo vigor em África - disse - incitando a valorizar
cada vez mais estes movimentos na Igreja do continente. A este respeito recordou,
exprimindo admiração sobretudo pelos leigos empenhados em primeira linha nos contextos
de guerra, de refugiados e todos quantos sofrem também devido à intolerância religiosa,
ódios e violências. Os leigos, rematou têm uma importante e insubstituível missão
na Igreja e no mundo. Mesmo a terminar recomendou a todos que estudem os três documentos
que lhes foi posto na pasta: Ecclesia in África, Africae Munus, Redemtoris Missio
e Christi Fidelis Laici.