Cidade do Vaticano (RV) - A iminente viagem do Papa ao Líbano é considerada
universalmente um ato de grande coragem e de esperança. Bento XVI publicará um documento
programático de importância fundamental para a vida e a missão da Igreja Católica
na região do Oriente Médio, para o seu serviço de testemunhar o Evangelho e para o
seu papel de promotora de diálogo e de paz.
A escolha do destino de viagem,
o Líbano, onde as comunidades católicas são particularmente numerosas, foi programada
antes que a situação da Síria degenerasse em conflito aberto e sanguinolento. Ora,
isso não questiona a viagem em si, mas sem dúvida caracteriza um contexto no qual
muitos problemas confrontados há dois anos na Assembleia do Sínodo para o Oriente
Médio não conseguiram uma solução, mas se aguçaram ainda mais: convivência entre os
vários grupos confessionais e religiosos, diálogo com o Islã e o Hebraísmo, avanço
dos cristãos para a emigração, liberdade religiosa e democracia. Além disso, todo
o movimento da considerada “primavera árabe” não havia ainda explodido quando os bispos
do Oriente Médio estavam reunidos em Roma.
Se o contexto é pois profundamente
diferente do anterior, a urgência do empenho da Igreja na área só pode crescer, mesmo
que seja ainda mais difícil, e a presença inspiradora e orientadora do Papa se torna
absolutamente preciosa e desejada de modo ainda mais intenso. Os católicos, os cristãos,
mesmo sendo minoria na região, podem e devem dar uma contribuição de testemunho de
paz e de promoção de diálogo sofrido e vivido. Não apenas às populações e aos grupos
religiosos múltiplos do Oriente Médio, também à comunidade internacional, a um mundo
que parece obstinado a não se conscientizar do quanto as tensões e as ambições geopolíticas
globais si reflitam tragicamente também nos conflitos da região.
Bento XVI
levantará um grito desarmado de esperança e de desejo de paz para a região inteira. Esperamos
que seja ouvido!
Pe. Federico Lombardi Diretor da Sala de Imprensa da Santa
Sé e da Rádio Vaticano