Bispos europeus: crise não só econômica mas, sobretudo, antropológica
Nicósia (RV) - Concluiu-se nesta quarta-feira, em Nicósia – capital de Chipre
–, com um comunicado final, o encontro dos bispos europeus responsáveis pelas questões
sociais, reunidos de 3 a 5 do corrente.
"Subjacente à atual situação de crise
que o continente europeu está atravessando não se encontram somente os graves problemas
inerentes aos sistemas econômico-financeiros, mas, sobretudo, a falta de uma visão
antropológica e social centralizada na solidariedade e na subsidiariedade": é o que
afirmam os prelados europeus.
"As políticas sociais – lê-se no comunicado final
do encontro – não podem basear-se em meros critérios de renda, que colocam à dura
prova a coesão social do Velho Continente. O futuro da Europa e a exclusão social
são verdadeiros desafios para a Igreja empenhada em anunciar o Evangelho de Jesus,
que traz ao mundo a verdadeira justiça e a paz."
De fato, segundo os bispos
europeus, "um dos grandes problemas da Europa integrada é a crescente exclusão social,
com uma notável falta de adequadas proteções sociais".
Foi reiterada a convicção
de que "a Europa precisa do cristianismo e de que os cristãos têm uma responsabilidade
especial pelo futuro da Europa, a fim de que a educação e a instrução valorizem a
riqueza da cultura europeia, para que as artes e as ciências dialoguem com a fé religiosa
sem integralismo de ambas as partes e, por fim, para que os intercâmbios culturais,
sobretudo entre os jovens europeus, tenham projetos de amplo alcance".
Durante
o encontro foram apresentados os relatórios de vários países sobre a atividade da
Igreja no campo social. Neles emergiu o empenho e a beleza da caridade vivida por
muitas comunidades e pessoas cristãs, que constituem para todas as pessoas sinais
de um amor profundo e mostram como a Igreja pode anunciar a esperança também num mundo
em crise. (RL)