Audiência Geral: "Oração não é só pedidos, mas louvor a Deus"
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Bento XVI retomou esta quarta-feira as Audiências
Gerais no Vaticano, já que as últimas foram realizadas em Castel Gandolfo, onde se
encontra sua residência de verão.
Na Sala Paulo VI, o Pontífice prosseguiu
suas catequeses sobre a “escola de oração”, comentando o Livro do Apocalipse, o último
do Novo Testamento. “Um Livro difícil, mas que contém uma grande riqueza”, disse
o Papa.
Um leitor apresenta à assembleia uma mensagem confiada pelo Senhor
ao Evangelista João. O leitor e a assembleia constituem, por assim dizer, os dois
protagonistas do desenvolvimento do livro; deles, já no início, se diz: “Feliz o leitor
e os ouvintes das palavras desta profecia, se observarem o que nela está escritos,
pois o Tempo está próximo”.
Do diálogo constante entre eles, brota uma sinfonia
de oração, que se desenvolve com grande variedade de formas até a conclusão. “Ouvindo
o leitor que apresenta a mensagem, ouvindo e observando a assembleia que reage, a
oração deles se torna a nossa”, explicou Bento XVI.
O Apocalipse nos apresenta
uma comunidade reunida em oração, porque é justamente na oração que sentimos de modo
sempre mais crescente a presença de Jesus conosco. Quanto mais e melhor rezarmos com
constância, com intensidade, mais nos parecemos com Ele, e Ele entrará realmente na
nossa vida, doando alegria e paz. E quanto mais conhecermos, amarmos e seguirmos Jesus,
mais sentiremos a necessidade de nos deter em oração com Ele, recebendo serenidade,
esperança e força na nossa vida.
Ao final da catequese, o Papa fez um resumo
em várias línguas. Em português, disse: “Queridos irmãos
e irmãs, no âmbito da «escola de oração», que vos tenho vindo a propor, quero hoje
falar da oração no Apocalipse, o último livro do Novo Testamento. Na primeira parte
deste livro, vemos a oração viva e palpitante da assembleia cristã reunida no domingo,
«no dia do Senhor». Envolvida pelo amor do Senhor, a assembleia sente-se livre dos
laços do pecado e proclama-se como «reino» de Jesus Cristo: isto é, pertence só a
Ele. Reconhece a grande missão, recebida no Baptismo, de levar ao mundo a presença
de Deus. Conclui esta sua celebração de louvor, fixando o olhar diretamente em Jesus
e, com entusiasmo crescente, reconhece que Ele detém a glória e o poder para salvar
a humanidade. O «amém» final conclui o hino de louvor a Cristo Senhor. Tudo isto nos
ensina que a nossa oração, feita muitas vezes só de pedidos, deve, pelo contrário,
ser sobretudo louvor a Deus pelo seu amor, pelo dom de Jesus Cristo, que nos trouxe
força, esperança e salvação. Amados fiéis brasileiros de Nossa Senhora
das Dores e de São Bento e São Paulo, a graça e a paz de Jesus Cristo para todos vós
e demais peregrinos de língua portuguesa. Quanto mais e melhor souberdes rezar, tanto
mais sereis parecidos com o Senhor e Ele entrará verdadeiramente na vossa vida. É
na oração que melhor podereis dar conta desta presença de Jesus em vós, recebendo
serenidade, esperança e força na vossa vida. Tudo isto vos desejo, com a minha Bênção”.