Sobe a preocupação pelos êxitos imprevistos da guerra na Síria
Damasco (RV) - Sobe a preocupação pelos êxitos imprevistos da guerra na Síria.
“Parecemos todos impotentes diante deste desastre humano político, democrático”, observou
o Cardeal Angelo Bagnasco, Presidente da Conferência Episcopal Italiana, falando sobre
a situação na Síria. E se o Presidente sírio Assad declara que a situação está melhorando
mas a crise não terminou, difícil tranquilizar-se quando o país vive uma guerra civil
e a diplomacia parece impotente.
A Rádio Vaticano conversou com o Núncio Apostólico
em Damasco, Arcebispo Mario Zenari, que ontem, na memória do martírio de João Batista,
também venerado pelos muçulmanos, visitou a Grande Mesquita dos Omayyadi – onde é
conservada a relíquia da cabeça do Santo – invocando junto com os muçulmanos a paz
para a Síria.
“Eu diria que devemos, nesta situação tão dura, - disse o núncio
– utilizar uma arma particular. Vemos nas imagens da televisão as armas que destróem,
que fazem coisas atrozes e nós cristãos, diria todos os crentes, temos uma arma particular:
a arma da oração. Alguns dias atrás, um pároco me dizia: “Eu disse a todos os paroquianos:
às nove e meia da noite, nas nossas famílias, vamos desligar a televisão e rezar o
Terço pela paz, pela reconciliação na Síria”. Portanto, diria: não vamos esquecer
de utilizar essa arma que é muito potente, mais poderosa do que as outras, para obter
a conversão dos corações, o desarmamento, para que cesse a violência e todas as attrocidades
que vemos cada dia.
A comunidade internacional deve estar presente, continuou
Dom Mario Zenari. Vemos massacres, coisas que são insuportáveis. Creio que a comunidade
internacional tem o dever de esclarecer essas feridas, que são feridas contra a humanidade,
não só contra a Síria. Portanto, encontrar os reponsáveis dessas atrocidades, com
investigações feitas seriamente e de modo independente. Diria também que serve um
grande compromisso da comunidade internacional para fazer calar as armas e dar espaço
às palavras. (SP)