México: a Igreja deve dar uma mensagem muito clara sobre o valor do homem
Cidade do México (RV) – “A Igreja deve dar uma mensagem muito clara sobre o
valor do homem, da família, do significado da sociedade, sobre o que significa um
Estado em paz para seu próprio desenvolvimento, quer dizer, os valores perenes, os
que permitem manter uma sociedade em contínuo progresso e na justiça social, em equidade.
A Igreja deve anunciar o que sempre anunciou: o Evangelho e a Doutrina Social”. Foi
o que disse Dom Julio César Vidal Ortiz, Bispo de Cúcuta, Colômbia, que concelebrou
com o Cardeal Norberto Rivera Carrera a missa, no último domingo, na Catedral da Cidade
do México.
Em entrevista sobre o tema do narcotráfico a pedido dos jornalistas
que estiveram presentes na celebração religiosa, Dom Vidal Ortiz afirmou que “a Igreja
não pode renunciar a buscar que as partes em conflito se encontrem, discutam, se unam
para superar o problema”. “Eu convido, portanto, a este querido povo mexicano que,
como cidadãos, enfrentem este problema e aos irmãos que estão no narcotráfico – falo
a eles de coração -, vocês são pessoas, são filhos de Deus, são membros de um povo
e não podem torturar por causa de dinheiro que não traz felicidade, a felicidade plena,
porque a felicidade plena só está no encontro com Cristo”.
Em seguida explicou
que na Colômbia, integrantes dos quatro cartéis da droga buscaram o diálogo para iniciar
um processo que os levou a se entregarem à justiça e acabar com suas atividades ilícitas.
O governo aceitou o diálogo, mas deixou claro que garantiria seus direitos como pessoas,
e nada mais. “Eles compreenderam que a situação que levavam adiante era inumana que
os prejudicava apesar de todo o dinheiro que ganhavam, porque não podiam desfrutar
dele, prejudicavam suas famílias, prejudicavam muitas pessoas, o Estado... não havia
ganhadores, mas perdedores”.
Perguntado sobre o narcotráfico no México, o
bispo respondeu: “o narcotráfico só deixa lágrimas, desesperança, desestabilização
e, com o passar do tempo, o narcotraficante não consegue tranquilamente aproveitar
todo o dinheiro que é capaz de adquirir... quando o dinheiro é elevado a falso ídolo,
ele destrói tudo: os princípios, as relações; e tudo isso só trouxe ao México, como
também para a Colômbia, sangue, lágrimas, dor e desolação”. (SP)