Perdão Celestino: que volte a resplandecer a memória de Cestino V, o "Papa eremita"

Cidade do Vaticano (RV) - O prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, Dom Sergio Pagano, fez nesta segunda-feira, em Áquila – região italiana dos Abruços –, no âmbito da celebração do Perdão Celestino, uma Lectio magistralis na Igreja de São José Artesão.

A Lectio foi seguida da exposição do pergaminho com o qual os cardeais anunciaram a Pietro del Morrone a sua eleição à Cátedra de Pedro, em 1294.

Discorrendo sobre a figura santa e sempre fascinante do "Papa eremita", Dom Pagano vez votos de que tenhamos uma obra que reúna todos escritos e documentos de Celestino V. O prefeito do Arquivo Secreto Vaticano observou que ainda hoje os historiadores não são todos concordes sobre a figura de Pietro Del Morrone e, portanto, seria necessário se ter um corpus seguro dos escritos celestinos.

Essa obra poderia vir à luz "com o renascimento da cidade de Áquila", tão duramente atingida pelo terremoto de abril de 2009. Desse modo, auspiciou que "a merecida e duradoura memória do Papa Celestino volte a resplandecer não somente em Collemaggio", onde repousam os seus restos mortais, mas também na cidade que ele viu em sua entrada como novo Pontífice.

Dom Pagano deteve-se sobre o momento histórico do Conclave que em 5 de julho de 1294, de modo repentino e inesperado, elegeu Pietro del Morrone Sucessor de Pedro. O prelado recordou o sinal indelével deixado pelo brevíssimo Pontificado de Celestino V, de apenas seis meses.

Dele se ocuparam os poetas e cronistas da época, "transmitindo até nós a bela memória de um homem íntegro e de um santo", acrescentou. E apesar dos juízos discordantes dos historiadores sobre o seu Pontificado, jamais alguém colocou em dúvida "a absoluta moralidade do Papa Celestino", nem "o seu ser alheio aos desígnios de poder ou de prestígio mundano", observou.

Por fim, o prefeito do Arquivo Secreto Vaticano evidenciou que não foi uma casualidade se o século que se concluiu com Celestino V viu, "no seu alvorecer, o grande espírito reformador de São Francisco de Assis". (RL)