Bento XVI entrestecido pela morte do Cardeal Paul Shan
Bento XVI enviou um telegrama ao bispo de Kaohsiung, na China-Taiwan, pela morte,
ontem em Taipei, do cardeal Paul Shan Kuo-Hsi, bispo emérito daquela Diocese. No telegrama
assinado pelo próprio Papa, Bento XVI evoca os anos que o cardeal Shan dedicou à Igreja
como bispo de Hwalien e como Presidente da Conferência Regional dos Bispos Chineses.
O Papa dirige as suas condolência a toda a Igreja de Taiwan e à Congregação dos Jesuítas,
de que o Cardeal Shan era membro. Por seu lado a agencia Fides fala de grande
comoção e diversas missas de sufrágio pela alma do Cardeal Shan na China continental,
em Hong Kong, Macau e Taiwan, sobretudo na Diocese de Kaohsiung, para onde o corpo
foi hoje transferido, e onde será sepultado no próximo dia 1 de Setembro. Conforme
os seus desejos expressos no testamento, na sua campa será escrito “Nascido em Cristo,
viveu em Cristo e morreu em Cristo”. Diversos líderes religiosos e civis de Taiwan,
entre os quais o Presidente da Republica de China-Taiwan, o líder budista, Xin Yun
Dopo e o Maestro budista, Sheng Yan exprimiram apreço pela figura do cardeal, que
consideravam uma pessoa de grande misericórdia, generosidade, paz, serenidade e ampla
visão das coisas. Um homem que sabia transforma os momentos difíceis da vida em oportunidade
de serviço para todos. Um homem cujo pensamento e sabedoria suscita reflexão em todos.
Depois que descobriu em 2006 que tinha cancro, o Cardeal Shan intensificou o seu
empenho de evangelização, dando sempre o seu apoio aos bispos e fiéis da China continental
que tinha sempre a peito, como se depreende da carta dirigida, em 2010, aos irmãos
no episcopado, e em que encorajava à unidade e reconciliação com espírito de grande
compreensão e fraternidade. De 2007 a Abril deste ano pronunciou nada menos de 219
discursos, lições e conferências em universidades, hospitais e na cadeia de Taiwan.
Nascido em 1923 em Pyang, na China, o card. Shan entrou para a Congregação dos
Jesuítas em Pequim com 23 anos de idade. Foi ordenado sacerdote 9 anos mais tarde
nas Filipinas. Doutorou-se em Teologia na Universidade Gregoriana de Roma e esteve
no Vietnam. Em 1983 foi encarregado das celebrações dos 400 anos da chegada de Mateo
Ricci à China; foi relator geral do Sínodo dos bispos para a Ásia em 1998, e nesse
mesmo ano foi criado cardeal pelo Papa João Paulo II. Foi também uma das principais
figuras da Comissão do Vaticano para a Igreja na China.