EUA: Republicanos pedem cortes sociais. Igreja reage compacta
Washington (RV) - As religiosas e os bispos católicos dos EUA estão indignados
com o plano de ajuste fiscal e o programa de cortes sociais idealizados pelo “número
dois” republicano, Paul Ryan.
Desde que Ryan, que aspira à vice-presidência
dos EUA pelo Partido Republicano, anunciou em abril seu drástico plano de austeridade,
a Igreja Católica está na linha de frente das críticas por considerá-lo uma "traição"
e uma "armadilha mortal" para os mais pobres.
Em julho, o Bispo de Stockton
e presidente do Comitê de Justiça Nacional e Desenvolvimento Humano da Conferência
de Bispos Católicos dos EUA, Dom Stephen E. Blaire, reiterou que “o ajuste fracassa
na hora de encarar os critérios morais de solidariedade e proteção aos menos favorecidos”.
A
Conferência Episcopal enviou também uma carta ao Congresso para alertar contra o plano
orçamentário, “moralmente indefensável e traidor do princípio católico da solidariedade”.
Aos bispos, se somou um grupo de religiosas, que foi para a estrada em julho
em um ônibus batizado como "Nuns on the bus" (Freiras no ônibus) com o qual percorrem
o país denunciando a agressiva proposta de cortes.
“O plano é uma armadilha
mortal para aqueles que estão nas margens da sociedade; põe em perigo grande parte
dos programas sociais” - denunciou Irmã Diane Donahue, ao encerrar seu percurso diante
do Congresso em Washington, em 2 de julho.
A Irmã Simone Campbell, uma das
religiosas que viaja no “Nuns on the bus”, classificou na semana passada o plano como
“horrível” e convidou o candidato republicano à presidência, Romney, e o aspirante
à vice-presidência, Ryan, para passar um dia de campanha com elas em seus trabalhos
com os menos favorecidos. Para a religiosa, o plano de ajuste é antipatriota e contrário
à justiça social.
O plano propõe reduzir o déficit fiscal com duros cortes
aos programas sociais e ao gasto público. (CM)