Cidade do México (RV) – A Conferência Episcopal do México (CEM) pediu aos próximos
legisladores que analisem o “drama humano” que vivem os migrantes centro-americanos
que atravessam o México para chegar aos Estados Unidos. Por isso a Igreja Católica
exorta os futuros legisladores a elaborarem propostas para proteger os migrantes que
passam através de vários estados mexicanos e que “pressionem os líderes estadunidenses
para que os aceitem como seres humanos e irmãos, e que não esqueçam que é um país
formado por migrantes”.
Em mensagem assinada pelo Bispo de San Cristóbal de
las Casas, Dom Felipe Arizmendi, e divulgado pela CEM, o prelado relata as situações
dramáticas que vivem os migrantes mexicanos, hondurenhos, salvadorenhos, guatemaltecos,
nicaraguenses e outras nacionalidades em sua vontade de chegar ao “Norte”.
“É
chocante e, ao mesmo tempo, comovedor conhecer suas histórias, as dificuldades que
enfrentam, a insegurança a que estão expostos, o afastamento das famílias”. “Várias
vezes denunciamos as extorsões que são vítimas, os sequestros e os assassinatos cometidos
pelos grupos criminosos e narcotraficantes, sem a mínima proteção das autoridades
competentes”, destaca.
Portanto, continua, “nos causa dor e nos preocupa que
em algumas áreas predominem o receio, a desconfiança e a rejeição. Questiona nossa
prática evangelizadora a atitudes de pessoas que impedem que a Igreja lhes dê acolhida
e assistência humanitária”.
Dom Arizmendi Esquivel denuncia que “não só não
se dá algo a eles para sobreviverem, mas também são atacados e excluídos. Isto é cristão?”,
pergunta-se. É verdade, admite, “que um ou outro migrante, em seu desespero e indigência,
comete furtos, invade casas e chega a causar prejuízos a alguns. Nem todos são pacíficos,
inocentes e santos, mas não por causa de uns poucos todos devem ser condenados”.
Apesar
disso, o Bispo afirma que muitas pessoas se colocam no lugar dos migrantes e os ajudam,
de uma ou outra forma, com alimentos, remédios, roupa, dinheiro e proteção jurídica.
“São vários os centros de acolhida que nossas Dioceses e Congregações religiosas criaram
desde as fronteiras do Norte ao Sul, bem como nas várias rotas”, destaca. (SP)