Papa: "O homem tem sede do infinito, mas o procura na direção errada"
Rimini (RV) – “A sede de infinito que habita no homem não desaparece, mesmo
que ele rejeite ou negue Deus na vida cotidiana. Ele procura com afã, e sem resultado,
os ‘falsos infinitos’ que o satisfazem momentaneamente. E assim, sem que o saiba,
o homem começa a buscar o Infinito em direções erradas: na droga, na sexualidade desordenada,
nas tecnologias, no sucesso a qualquer custo e até mesmo em formas de religiosidade
enganadoras”
É o que escreve Bento XVI em mensagem enviada ao bispo de Rimini,
nordeste da Itália, Dom Francesco Lambiasi, anfitrião do Encontro pela Amizade entre
os Povos.
“É preciso abater as falsas promessas de infinito que seduzem o
homem e o transformam em escravo. Para reencontrar realmente si mesmo e sua identidade,
para viver à altura do próprio ser, o homem deve voltar a se ver como uma criatura
dependente de Deus”.
A 33ª edição do Encontro de Rimini tem o tema “A natureza
do homem é a relação com o infinito”. No programa deste domingo, consta uma palestra
do Arcebispo de Jos e Presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, Dom Ignatius
Kaigama, sobre “O martírio da Nigéria”. À tarde, está prevista a participação do premiê
italiano Mario Monti.
Em outra passagem da carta, o Pontífice diz que “a interpretação
do homem como criatura hoje tem uma conotação ‘incômoda’ porque implica numa referência
essencial a algo de diferente, ou melhor, a um ‘Outro’ que o homem não pode comandar”.
“No entanto – conclui Bento XVI – esta dependência, da qual o homem moderno
tenta se livrar, não se reduz, pois é a prova da grandeza e da dignidade suprema do
homem, chamado à vida para entrar em relação com a própria Vida, com Deus”. (CM)