2012-08-18 11:57:00

Bispos condenam violência contra mineiros na África do Sul


Johanesburgo (RV) - A Conferência de Bispos Católicos da África do Sul (SACBC) condenou a “chocante escalada de violência” que esta quinta-feira levou à morte 34 mineiros em Marikana, a cerca de 100 km de Johanesburgo.

As vítimas se somam aos 10 mortos em confrontos entre trabalhadores de dois sindicatos rivais ocorridos na semana passada no mesmo local, onde centenas de grevistas reivindicam reajustes salariais.

Em nota publicada na página da Conferência na rede social Facebook, os bispos garantem estar “rezando com as famílias dos que perderam os seus entes queridos em Marikana” e exigem um inquérito equilibrado sobre as circunstâncias que causaram este trágico desfecho.

“Toda perda de vidas humanas por meios não naturais é sempre uma tragédia”, declaram os bispos sul-africanos.

Para analistas sul-africanos, o país enfrenta um dos momentos políticos mais difíceis desde o fim do Apartheid, em 1994. O presidente Zuma pediu cautela a todos e afirmou que a democracia no país já é suficientemente madura para resolver qualquer disputa pelo diálogo sem desrespeitar a lei ou usar de violência.

A execução dos mineiros causou comoção no país e reacendeu a lembrança do massacre de Shaperville, em 1960, quando 69 trabalhadores foram mortos.

Dezoito anos depois do fim do regime, a situação política na África do Sul é distinta, mas muitos trabalhadores negros, como os mineiros, seguem excluídos dos benefícios da primeira economia emergente da África e vivem em condições precárias. Para o jornal local The Sowetan, o massacre de Marikana significa que uma "bomba-relógio deixou de fazer tic-tac e explodiu”.
(CM)








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