Mineiros executados na África do Sul. Sacerdote explica. Ouça
Marikana
(RV) - Pelo menos 30 mineiros que manifestavam em uma mina na África do Sul foram
mortos e tiros nesta quinta-feira (16) pelas forças de segurança. A notícia foi confirmada
pelo Ministro da Polícia sul-africana, Nathi Mthethwa.
Mthethwa declarou que
também há muitos feridos na mina de platina da empresa Lonmin em Marikana, a 100 km
de Johanesburgo, onde os agentes abriram fogo contra os mineiros, armados com machetes
e paus.
O episódio é mais um capítulo de um conflito entre dois sindicatos
e a polícia, no qual outras dez pessoas já morreram desde o domingo passado. Os mineiros
começaram a greve na última sexta-feira, reivindicando aumentos salariais. Na tentativa
de dispersar o protesto, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e disparou balas
de borracha – não está claro por que ocorreram os tiros com munição real. Após os
disparos, a TV sul-africana mostrou policiais com coletes a prova de balas observando
homens caídos no chão, vários dos quais provavelmente mortos. Mais tarde, a polícia
alegou "legítima defesa" para efetuar os disparos.
O número de mortos, segundo
a Agência EFE, não é definitivo e pode aumentar. Em comunicado oficial, o Presidente
sul-africano, Jacob Zuma, se declarou "comovido e consternado por esta violência sem
sentido".
Em entrevista ao nosso correspondente Domingos Pinto, o padre português
Carlos Gabriel, da Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Joanesburgo, diz que se trata
de mais um caso evidente de violação dos Direitos Humanos. Clique acima para ouvi-la.