Torineses convidados, por D. Nosiglia, a rezar nesta festa da Assunção a favor do
mundo do trabalho para atenuar a crise que corre o risco de levar a capital da FIATà
decadência
Em Turim, cidade industrial do Norte da Itália, conhecida por ser sede, entre outras,
da grande fábrica de carros FIAT, que tanto tem contribuído para o desenvolvimento
do país, o arcebispo da cidade D. Nosiglia numa missa celebrada sábado ao fim da tarde
no santuário da Consolata, convidou a rezar nesta festa da Assunção pelo mundo do
trabalho daquela região. Uma festa que disse – recorda aquela esperança de eternidade
que deve alimentar o caminho, mesmo tribulado e difícil, da existência dos crentes
sobre a terra, com o olhar fixo na plenitude da comunhão com Deus depois da morte.
A Nossa Senhora recorremos hoje com espírito aberto e confiante porque tantas são
as necessidades que temos neste tempo tumultuoso e difícil que estamos a atravessar.
Uma das maiores preocupações - continuou – é a falta de trabalho, pois que muitas
empresas fecharam, deixando os trabalhadores em graves dificuldades. Para D. Nosiglia,
na base disto está um sistema baseado no consumismo que privilegia o ter em vez do
ser e não deixa lugar nem para Deus nem para o homem. Sem Deus e uma sólida ancoragem
em valores éticos e espirituais de que o homem tem estrema necessidade, qualquer progresso
tecnológico implode sobre si mesmo porque assenta na arreia do relativismo e do individualismo
e não na rocha da verdade e da caridade. Daí que a Igreja de Turim eleve o seu
olhar a Deus, por intermédio de Nossa Senhora de Assunção, consoladora e auxiliadora,
para que transforme os corações e ajude a inverter a tendência actual no mundo do
trabalho, caso contrário Turim corre o risco de cair num declínio grave. Que cada
um, sindicatos, empresários, trabalhadores, bancas, medias – disse ainda o arcebispo
da cidade – assumam as próprias responsabilidades e colaborem a fim de se encontrar
uma via de saída para a situação. Sublinhando a urgência desta colaboração, D. Nosiglia
apelou também a menos desperdícios e privilégios e uma repartição justa dos sacrifícios
por todos os cidadãos. E recordou que tudo depende do homem, sim, mas também de Deus,
principio e o fim daquilo que conta realmente para a humanidade, abrindo vias impensáveis
e desembocos positivos para o futuro. Esta é a segunda vez, neste mês de Agosto
que D. Nosiglia convida os cidadão de Turim a rezar conjuntamente contra a crise.