2012-08-15 10:55:44

Centro Jesuíta afirma: quenianos querem se reconciliar


Nairóbi (RV) – Mais da metade (53,4%) da população queniana confia mais na Igreja do que na política, em relação a criar um clima de reconciliação no país. O dado emerge de um estudo realizado pelo Centro jesuíta de cunho social “Hakimani”, em Nairóbi.

A pesquisa se baseou fundamentalmente nas consequências do tribalismo para o sistema de governo do Quênia. Realizada com a Comissão Justiça e Paz da Conferência Episcopal, aponta que 93% dos indagados afirma sentir grande necessidade de reconciliação nos campos da identidade e da pertença étnica. A exigência é causa das violências registradas no país entre 2007 e 2008, após as eleições presidenciais. Mais de mil pessoas morreram e a sociedade queniana saiu “desarticulada” do conflito – explica o autor do estudo, Elias Mokua.

“Este anseio de paz – completa Dom Zacchaeus Okoth, Presidente da Comissão Justiça e Paz – é um pressuposto as próximas eleições, programadas para março de 2013, realizarem-se tranquilamente”...

Dom Okoth diz que “ainda há muitas vítimas das violências de 2008 que precisam de cuidados; ainda há desabrigados vivendo em acampamentos; homens que conhecem quem violentou suas esposas ou matou seus parentes”. Por isso, “todos continuam a pedir justiça e a Igreja acredita sempre que um dia justiça será feita, seja para as vítimas que para os agressores”.

Por isso, o arcebispo de Kisumu apela ao “perdão recíproco”, uma exortação que já recebeu elogios também dos muçulmanos do Quênia, por voz do xeque Yusuf Abuhanza, que reiterou que graças à natureza de sua missão, as instituições religiosas são as mais adequadas para promover a reconciliação no país.
(CM)








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