2012-08-09 12:23:29

O mundo recorda hoje Nagasaki e os japoneses pedem o fim das usinas nucelares


Nagasaki (RV) - Após Hiroshima, Nagasaki: hoje, 9 de agosto, a cidade japonesa recorda os 67 anos do bombardeio atômico ocorrido em 9 de agosto de 1945. Nesta ocasião foi celebrada uma Santa Missa pelas vítimas e pela paz no mundo, da qual participou Dom Pier Luigi Celata, Secretário emérito do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso. Essas comemorações – após o desastre nuclear de Fukushima, em março do ano passado – tornaram-se ocasião no Japão para manifestar também contra as centrais nucleares. Também os bispos católicos do país reafirmaram o seu “não” à energia nuclear.

A Rádio Vaticano ouviu o Arcebispo de Nagasaki, Dom Joseph Mitsuaki Takami. Ele afirmou que atualmente há uma grande mobilização contra as centrais nucleares. O governo no Japão se encontra na posição de mudar de rumo e esperamos - disse o prelado - que dê início a iniciativas concretas neste sentido abolindo completamente as centrais nucleares. Sabemos que será difícil abolir em breve tempo, também a Alemanha está realizando esta mudança radical. Esperamos que o nosso governo faça o mesmo ou pelo menos inicie a orientar-se na direção da abolição completa e absoluta das centrais nucleares, destacou.

Falando das razões pelas quais se pede o fechamento das centrais nucleares, Dom Takami afirmou que “em síntese uma central nuclear é também uma espécie de bomba atômica: a energia utilizada é a mesma, ou melhor é mais perigosa”! “É verdade que o nuclear fornece uma energia tal que certamente traz benefícios à sociedade, mas ao mesmo tempo é perigoso, muito perigoso, porque pode contaminar a nossa terra, a nossa natureza e a nossa mesma vida. Hoje compreendemos que a energia nuclear deve ser abolida do nosso planeta, precisamente porque é perigosa e nociva para todos, para a nossa vida e para a terra. Temos a disposição outras fontes de energia provenientes da natureza, como o sol e o vento... Devemos explorá-las e desenvolver tecnologias para produzir energia da natureza, mas o novo governo japonês não fez nada neste sentido até agora”.

Sobre o que se pode aprender da tragédia de Fukushima, também pensando nas tragédias de Hiroshima e Nagasaki, o arcebispo japonês disse que “há uma grande diferença: as bombas que caíram em Hiroshima e Nagasaki foram bombas fabricadas para matar vidas humanas; mas creio que também a energia das centrais nucleares, uma vez que se é exposto às fugas radioativas, possa, também se tornar uma verdadeira e própria arma nuclear. Muitas pessoas – e não somente as contaminadas mais gravemente – tiveram que fugir, tiveram que deixar as suas casas, a sua cidade, e ainda vivem em situação difícil: sofrem muito e muitas famílias se separaram...Já ocorreu uma vez, mas pode ocorrer ainda no futuro!. (SP)








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