2012-08-07 18:36:13

Nova Evangelização e Redemptoris missio: a salvação é oferecida a todos os homens


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, eis-nos de volta ao nosso encontro de todas as semanas dedicado à nova evangelização, questão prioritária para a Igreja em nossos dias. De fato, como temos continuamente ressaltado, à urgência da nova evangelização será dedicado Sínodo dos Bispos de outubro próximo com o tema: "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

Na edição de hoje retomamos nossa revisitação à Redemptoris missio, Carta encíclica de João Paulo II, de 1990, sobre a validade permanente do mandato missionário.

Ressaltamos que estamos nos ocupando do primeiro capítulo – "Jesus Cristo único Salvador". Nessa parte do importante documento magisterial, a encíclica trata da unicidade do Salvador e da destinação universal da salvação.

Nesta edição trazemos dois textos muito importantes para o tema em questão, de grande eloqüência, clareza, e riqueza teológica: os números 9 e 10.

A Igreja sinal e instrumento de salvação

9. A primeira beneficiária da salvação é a Igreja: Cristo adquiriu-a com o Seu sangue (cf. At 20, 28) e tornou-a Sua cooperadora na obra da salvação universal. Com efeito, Cristo vive nela, é o seu Esposo, realiza o seu crescimento, e cumpre a Sua missão através dela.
O Concílio deu grande realce ao papel da Igreja, em favor da salvação da humanidade. Enquanto reconhece que Deus ama todos os homens e lhes dá a possibilidade de se salvarem (cf. 1 Tim 2, 4), a Igreja professa que Deus constituiu Cristo como único mediador e que ela própria foi posta como instrumento universal de salvação. « Todos os homens, pois, são chamados a esta católica unidade do Povo de Deus (...) à qual, de diversos modos, pertencem ou estão ordenados quer os fiéis católicos, quer os outros crentes em Cristo, quer universalmente todos os homens, chamados à salvação pela graça de Deus ». É necessário manter unidas, estas duas verdades: a real possibilidade de salvação em Cristo para todos os homens, e a necessidade da Igreja para essa salvação. Ambas facilitam a compreensão do único mistério salvífico, permitindo experimentar a misericórdia de Deus e a nossa responsabilidade. A salvação, que é sempre um dom do Espírito, exige a colaboração do homem, para se salvar tanto a si próprio como aos outros. Assim o quis Deus, e por isso estabeleceu e comprometeu a Igreja no plano da salvação. « Este povo messianico — diz o Concílio — estabelecido por Cristo como uma comunhão de vida, amor e verdade, serve também, nas mãos d'Ele, de instrumento da redenção universal, sendo enviado a todo o mundo, como luz desse mundo e sal da terra ».

A salvação é oferecida a todos os homens

10. A universalidade da salvação em Cristo não significa que ela se destina apenas àqueles que, de maneira explícita, crêem em Cristo e entraram na Igreja. Se é destinada a todos, a salvação deve ser posta concretamente à disposição de todos. É evidente, porém, que, hoje como no passado, muitos homens não têm a possibilidade de conhecer ou aceitar a revelação do Evangelho, e de entrar na Igreja. Vivem em condições socio-culturais que o não permitem, e frequentemente foram educados noutras tradições religiosas. Para eles, a salvação de Cristo torna-se acessível em virtude de uma graça que, embora dotada de uma misteriosa relação com a Igreja, todavia não os introduz formalmente nela, mas ilumina convenientemente a sua situação interior e ambiental. Esta graça provém de Cristo, é fruto do Seu sacrifício e é comunicada pelo Espírito Santo: ela permite a cada um alcançar a salvação, com a sua livre colaboração.
Por isso o Concílio, após afirmar a dimensão central do Mistério Pascal, diz: « isto não vale apenas para aqueles que crêem em Cristo, mas para todos os homens de boa vontade, no coração dos quais opera invisivelmente a graça. Na verdade, se Cristo morreu por todos e a vocação última do homem é realmente uma só, isto é, a divina, nós devemos acreditar que o Espírito Santo oferece a todos, de um modo que só Deus conhece, a possibilidade de serem associados ao Mistério Pascal ».

Amigo ouvinte, da edição passada, números 7 e 8, destacamos duas passagens: em matéria religiosa, "que ninguém seja obrigado a agir contra a sua consciência, nem impedido de atuar de acordo com ela"; e que "todos os homens... são impelidos pela sua natureza, e moralmente obrigados a procurar a verdade... Têm também obrigação de aderir à verdade conhecida, e ordenar toda a sua vida segundo as exigências da verdade".

Da edição de hoje destacamos, brevemente, que todos os homens estão ordenados à Igreja, embora nem todos participem formalmente dela. Como vimos, também os homens fora da Igreja são salvos em associação ao mistério da Igreja.

Amigo ouvinte, por hoje nosso tempo já acabou. Semana que vem tem mais, se Deus quiser! (RL)







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