Cidade do Vaticano (RV) - Pensei
muito nesta semana qual seria o tema para o Editorial deste sábado diante de tantos
eventos, episódios e notícias que chegam à nossa redação. Pensei em voltar a falar
das Olimpíadas, onde os nossos atletas nos dão alegria com suas vitórias, mas tristezas
com as suas derrotas, quase querendo que eles sejam sempre protagonistas, sem levar
em conta os demais atletas. Pensei também na contagem regressiva para a nossa Jornada
Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, o evento que certamente marcará a história
do Brasil, com a presença de jovens do mundo inteiro. Depois pensei nos conflitos
que ceifam vidas humanas como na Síria e alguns países da África e Ásia. Eram muitas
as possibilidades mas alguém me sugeriu: por que você, como leigo, não fala dos padres?
Pensei: eu, leigo, falando dos padres? Não me parecia uma boa ideia, mas depois me
vieram à memória, aqueles sacerdotes que marcaram a minha vida, seja de modo espiritual,
seja de modo profissional. Pensei então: quem não teve ao longo de sua vida um encontro
com um homem de Deus que de certo modo mudou, ou ainda muda a sua vida?. E o tema
do editorial seria o Padre, o sacerdote, aquele que optou por deixar tudo, para ganhar
tudo. Isso também porque eles estão nas Olimpíadas com a sua ajuda espiritual; no
evento da Jornada no Rio; e nos conflitos aos redor do mundo ajudando quem tem necessidade.
Meu
pensamento correu então ao patrono dos sacerdotes, o qual a Igreja celebra hoje, São
João Maria Vianney, o Cura d’Ars. Um homem que viveu na França no século 18 e que
depois de passar por muitas dificuldades por causa das suas poucas habilidades foi
ordenado sacerdote. Mesmo com suas limitações converteu muitas pessoas. Segundo os
superiores da época ele não podia nem confessar porque “não tinha capacidade para
dar conselhos”, mas a graça de Deus se fez presente na vida deste humilde servo; ele
se tornou um dos mais famosos confessores da história da Igreja e hoje é o patrono
dos sacerdotes.
O homem propõe, Deus dispõe, diz o ditado: quantos dos nossos
sacerdotes talvez não se sentiram incapazes, sem preparo para conduzir um rebanho?
Mas o caminho com curvas, antes imaginado, torna-se caminho reto, com a ajuda daqueles
que esperam sempre uma sua palavra de conforto e esperança: os fiéis. Mas certamente
a primeira e fundamental ajuda vem da presença de Deus em suas vidas; da oração contínua,
da Eucaristia diária. Fontes inexauríveis onde é possível sempre se reabastecer.
Neste
dia dedicado ao seu patrono, brota de modo espontâneo o nosso agradecimento aos sacerdotes
pelas inúmeras renúncias, pelas muitas horas dedicadas ao silêncio da escuta, pelo
caminhar juntos. São homens e, por isso sujeitos a fraquezas, a incompreensões, a
emoções e sentimentos. Mas são também modelos de dedicação e serviço incansável.
São
João Maria Vianney já dizia: “a mais bela profissão do homem é amar e rezar”. Que
nossos sacerdotes nunca se sintam sozinhos na sua missão, e sim apoiados e acompanhados
pelos seus fiéis. Que eles sejam um pai espiritual dado pelo Senhor para guiar os
seus filhos no caminho da salvação. Se você ainda não fez, pode fazer hoje; de um
grande abraço no seu pároco e faça saber o quanto ele é importante para a sua vida
e para a vida da comunidade. Faça ele se sentir importante e amigo. Feliz dia do padre!
(Silvonei José)