Dom Zenari: "entusiasmo na Síria pelas palavras do Papa"
Aleppo (RV) - Foi acolhido com entusiasmo pela população síria o apelo feito
pelo Papa no último domingo durante o Angelus pelo fim das violências. Grande alegria
foi expressa pelos arcebispos de Aleppo, armênio-católico, Dom Boutros Marayati, e
greco-católico, Dom Jean-Clément Jeanbart: as palavras de Bento XVI representam um
sinal de esperança. Mas infelizmente o assédio do regime às cidades de Aleppo e Homs
não pára.
Cerca 200 mil civis em fuga do massacre. Paris pediu um encontro
do Conselho de Segurança da ONU. Por sua vez Damasco assegura que os rebeldes serão
derrotados mesmo sem recorrer às armas químicas.
Registram-se, no entanto,
novas deserções: um vice-chefe de polícia sírio teria se refugiado na Turquia junto
com outros 11 oficiais. Registra-se também a demissão do encarregado de negócios da
Síria em Londres. Sobre o apelo do Santo Padre sobre a situação na Síria, a Rádio
Vaticano ouviu o Núncio Apostólico em Damasco, Dom Mario Zenari.
R. – O
apelo do Santo Santo Padre para que cessem as violências, os seus pêsames pelas vítimas,
a sua participação no sofrimento das pessoas, são sempre de grande conforto para os
pastores, os fiéis e para todos os sírios, que estão profundamente agradecidos ao
Santo Padre pelo interesse e proximidade contínuos pela Síria, pelos seus reiterados
apelos. Sobre o apelo de domingo, por exemplo, falaram de modo muito positivo também
os meios de comunicação do governo. Gostaria de sublinhar a chamada de atenção do
Papa ao drama de tantos deslocados internos e dos refugiados nos países limítrofes
como também a sua oração para que Deus ilumine a consciência daqueles que têm cargos
de responsabilidade nestes momentos tão difíceis.
P. Qual é a situação
na Síria, pensamos nos combates em Aleppo, Damasco e em outras cidade, qual atmosfera
se está respirando hoje no país?
R. – Uma atmosfera muito pesada. Essas
localidade foram particularmente atingidas, sobre as quais se fala continuamente,
mas eu diria que o câncer do conflito se difundiu um pouco por toda a Síria, e as
pessoas são temerosas e incertas sobre o futuro. Pensava nestes dias ao contraste
entre o clima da abertura dos jogos olímpicos – que milhões de pessoas em todo o mundo
assistiram pela televisão, uma festa estraodinária da fraternidade universal dos povos
– e a situação que se está vivendo na Síria. Todavia diria que esta festa conserva
também a esperança, a chama da fraternidade universal, que não poderá ser apagada
por ventos fratricidas que sopram aqui e lá em qualquer parte do mundo. Onde foi momentaneamente
apagada esta chama da fraternidade universal, certamente será um dia acesa com a ajuda
da solidariedade internacional. (SP)